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Lugo pede perdão por caso de paternidade
Presidente do Paraguai, que admitiu 1º filho, diz que 2ª e 3ª alegações serão esclarecidas na Justiça e nega crise
DA REDAÇÃO
O presidente paraguaio, Fernando Lugo, rompeu ontem o
silêncio sobre o escândalo das
alegações de paternidade e pediu "perdão pelas circunstâncias". O ex-bispo, que admitira
ser pai da primeira criança, não
reconheceu a paternidade nos
dois casos mais recentes, mas
prometeu esclarecer a situação
na Justiça e "com a verdade".
"Eu, pessoa humana imperfeita, resultado de processos
históricos, perfil da minha cultura, assumirei com todas as
responsabilidades as situações
que me concernem", disse Lugo em entrevista coletiva. "Sou
um ser humano, e como tal, nada humano me é alheio."
O presidente disse que as alegações de paternidade vindas a
público nos últimos dias serão
tratadas caso a caso na Justiça.
"Minha confissão faço aos
meus confessores", afirmou,
justificando o fato de não ter
admitido nem negado os supostos relacionamentos com
Benigna Leguizamón, 27, e Damiana Morán, 39, as autoras
das revelações desta semana.
Morán, que havia dito não ter
intenção de recorrer à Justiça,
como fez Leguizamón, afirmou
ontem ter mudado de ideia. A
decisão, disse, se deve às negativas do advogado de Lugo em
reconhecer ter falado com ela.
No último dia 13, Lugo admitiu ser pai de Guillermo Carrillo, que completará 2 anos no
próximo dia 4, filho de Viviana
Carrillo, 26, com quem tivera
relacionamento por dez anos.
Nos três casos, as crianças foram concebidas quando o presidente exercia o sacerdócio. A
"perda do estado clerical" só foi
concedida a Lugo pelo Vaticano
em julho do ano passado, apenas um mês antes da sua posse.
Ontem, a quarta e a quinta
mulheres que se especulava na
imprensa local que dariam sequência aos pedidos de paternidade negaram os boatos.
Narcisa de la Cruz disse conhecer Lugo, segundo o "Última Hora", mas negou que o ex-bispo seja pai de seu filho. Já
Raquel Torres acusou uma integrante do opositor Partido
Colorado de oferecer dinheiro
para revelar o suposto caso.
Lugo disse reconhecer que
"faltou" com a igreja e os cidadãos paraguaios "que depositaram confiança em mim", mas
garantiu que não há possibilidade de deixar a Presidência.
Defesa do governo
"Ante os rumores de instabilidade e conspiração, esse processo não sofrerá retrocessos
até 15 de agosto de 2013, quando entregaremos o governo a
nosso sucessor", afirmou.
Lugo disse que podem "esperar sentados" todos aqueles
que pretendem interromper a
mudança. "Não permitirei que
essas circunstâncias afetem
ações de interesse nacional."
O presidente paraguaio ainda manifestou a intenção de
restabelecer laços com o seu vice, Federico Franco, com quem
as relações deterioram-se seriamente nos últimos dias.
Franco lidera uma ala do Partido Liberal Radical Autêntico
(PLRA, centro-direita), principal legenda da aliança luguista,
dentro do governo. Ele desaprovou publicamente as mudanças no ministério anunciadas por Lugo na última segunda
e tem reclamado do papel destinado a seu grupo no governo.
Anteontem, porém, Franco
negou apoiar a abertura de um
juízo político de Lugo no Congresso, pedido pelo Partido Colorado, só possível em caso de
dissidência governista. "Estamos trabalhando para o governo de Lugo e Franco recompor
os laços", disse o presidente.
Com agências internacionais
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