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CRISE ECONÔMICA
Estatal do petróleo não dará reajuste salarial na Venezuela
FABIANO MAISONNAVE
DE CARACAS
A estatal petroleira
PDVSA, a maior empresa da
Venezuela, anunciou ontem
que não aumentará o salário
de seus funcionários neste
ano devido à crise econômica, apesar de a inflação ter alcançado 30,9% em 2008.
A medida foi anunciada
por meio de um comunicado
do presidente da empresa,
Rafael Ramírez, que também
acumula o cargo de ministro
da Energia. Ele também informou que os cargos de direção da PDVSA sofrerão um
corte salarial de 20%.
Po outro lado, Ramírez
descartou demissões e redução nos investimentos da estatal. "Enquanto todas as
empresas petroleiras estão
cancelando projetos e despedindo pessoal, nós não vamos cancelar projetos nem
demitir funcionários."
A PDVSA também vem
tendo problemas de caixa para pagar seus fornecedores
-alguns estão há até cinco
meses sem receber. Recentemente, a estatal anunciou
um plano de escalonamento
da dívida, mas várias empresas afirmam que os prazos
não vêm sendo cumpridos.
Uma das alternativas tem
sido contrair dívidas em troca de fornecimento de petróleo. Da China, a PDVSA recebeu US$ 8 bilhões, a serem
pagos com óleo e derivados.
Responsável por 94% das
exportações da Venezuela, a
PDVSA é a principal fonte de
financiamento do governo
Hugo Chávez para seus programas populares. Alguns
são administrados pela própria estatal, como é caso da
PDVAL, rede de venda de alimentos a preços subsidiados.
O anúncio foi duramente
criticado pelos sindicatos de
trabalhadores petroleiros,
que planejavam negociar um
novo contrato coletivo. "É
uma bofetada na cara dos
trabalhadores, é uma falta de
respeito", disse ontem à noite o dirigente sindical Félix
Jiménez ao jornal "El Universal".
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