São Paulo, sábado, 25 de abril de 2009

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CRISE ECONÔMICA

Estatal do petróleo não dará reajuste salarial na Venezuela

FABIANO MAISONNAVE
DE CARACAS

A estatal petroleira PDVSA, a maior empresa da Venezuela, anunciou ontem que não aumentará o salário de seus funcionários neste ano devido à crise econômica, apesar de a inflação ter alcançado 30,9% em 2008.
A medida foi anunciada por meio de um comunicado do presidente da empresa, Rafael Ramírez, que também acumula o cargo de ministro da Energia. Ele também informou que os cargos de direção da PDVSA sofrerão um corte salarial de 20%.
Po outro lado, Ramírez descartou demissões e redução nos investimentos da estatal. "Enquanto todas as empresas petroleiras estão cancelando projetos e despedindo pessoal, nós não vamos cancelar projetos nem demitir funcionários."
A PDVSA também vem tendo problemas de caixa para pagar seus fornecedores -alguns estão há até cinco meses sem receber. Recentemente, a estatal anunciou um plano de escalonamento da dívida, mas várias empresas afirmam que os prazos não vêm sendo cumpridos.
Uma das alternativas tem sido contrair dívidas em troca de fornecimento de petróleo. Da China, a PDVSA recebeu US$ 8 bilhões, a serem pagos com óleo e derivados.
Responsável por 94% das exportações da Venezuela, a PDVSA é a principal fonte de financiamento do governo Hugo Chávez para seus programas populares. Alguns são administrados pela própria estatal, como é caso da PDVAL, rede de venda de alimentos a preços subsidiados.
O anúncio foi duramente criticado pelos sindicatos de trabalhadores petroleiros, que planejavam negociar um novo contrato coletivo. "É uma bofetada na cara dos trabalhadores, é uma falta de respeito", disse ontem à noite o dirigente sindical Félix Jiménez ao jornal "El Universal".


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