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Empresário oferece "vagas" para prostitutas
"Procuram-se mulheres que
queiram ganhar um bom dinheiro
como prostitutas na Holanda, no
centro de uma grande cidade, chamada Haia. Devem ter passaportes
da União Européia. Proporcionaremos local para trabalhar e morar. Trabalho totalmente independente. Gratificação de US$ 250 para cada uma."
O anúncio acima saiu em espanhol, em dinamarquês, em holandês e em português, disse o jornal
francês "Libération". Com o anúncio, seguia um número de telefone
celular "disponível dia e noite".
Arie De Jong é o responsável pelo
número. Ele é assessorado por dois
juristas que o impedem de ser acusado de tráfico de mulheres ou incitação à prostituição. As mulheres
que respondem ao anúncio trabalham por vontade própria.
Da Suíça a Portugal, da Dinamarca à Espanha, os três homens não
vêm conseguido motivar as mulheres européias a vir trabalhar
com eles em Haia.
As rígidas regras de higiene da
Holanda, a vigilância severa da polícia e a possibilidade de trabalhar
em uma vitrine com temperatura
escaldante não têm animado muito as européias.
"Na Europa, 60% das prostitutas
são estrangeiras. E as 40% restantes não querem se mudar", disse
De Jong ao "Libération". A resposta das européias ao anúncio é nula.
Para De Jong, ao contrário das
mulheres do leste da Europa e da
América Latina, "que estão dispostas a tudo para melhorar de vida",
as européias ocidentais não querem ficar longe de suas famílias.
Seguindo uma política de "legalidade", o "empresário holandês"
afirma que "na Itália, as albanesas
trabalham com documentos falsos. A mesma coisa na Grécia. Na
Inglaterra, 80% das mulheres do
ramo são africanas ilegais".
"Nós queremos praticar nosso
trabalho propriamente, sem violar
a lei", completa.
O respeito às regras e o lema de
ordem que direciona a prostituição holandesa vêm de longe. No
ano 2000, a interdição dos bordéis,
que data de 1912, será revogada. A
profissão mais antiga do mundo
será legal.
Wijnard Stevens, porta-voz do
Ministério da Justiça holandês,
afirmou que "reina uma situação
de tolerância em relação à prostituição, mas quando o setor se tornar oficial terá os mesmos controles dos outros setores da economia". As prostitutas terão de manter seus documentos em ordem,
ter permissão de trabalho e pagar
seus impostos.
"Hoje em dia, de 60% a 70% da
prostituição está ilegal", reconhece
Klaas De Weert, presidente da Organização para a Prostituição em
Vitrines, que agrupa 90% dos empresários do setor.
Com a entrada em vigor da lei
que autoriza a prostituição, os policiais de Amsterdã e Haia, as duas
grandes cidades de exploração da
prostituição no país, erradicarão
as vitrines clandestinas e as mulheres sem documentos.
"Em Amsterdã, já não haverá
prostituição ilegal", afirma De
Weert. Ele diz que seus associados
já vêm se preparando para a legislação e as relações atuais com a polícia são excelentes.
O que será feito daquelas prostitutas sem documentação em ordem? Elas irão para a Alemanha ou
a Bélgica. Ou então para as pequenas cidades próximas, como Haarlem ou Groningen, onde a polícia é
menos repressiva, afirma o diário.
Uma coisa é certa, diz o diário
francês, o setor não poderá viver
sem as estrangeiras.
"Estamos ansiosos para que a
Polônia e a República Tcheca entrem na União Européia", afirma
De Weert. Ele, com certeza, pensa
no filão de prostitutas legais que
poderá explorar.
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