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Grupos iraquianos já disputam cargos no futuro governo interino
DA REUTERS
Um governo interino cuja missão será conduzir o Iraque de julho até eleições (provavelmente
em janeiro) poderá ser formado
em cerca de dez dias, dentro do
cronograma previsto pela ONU,
esquentando a concorrência entre os grupos iraquianos pelos
cargos principais, dizem autoridades da ONU e da ocupação.
As ambições concorrentes dos
setores iraquianos xiita (60% da
população), sunita (20%) e curdo
(15%) constituem o obstáculo
mais imediato enfrentado pelo
enviado especial da ONU, Lakhdar Brahimi. Diante das dificuldades que enfrentam no Iraque, os
EUA transferiram à ONU a responsabilidade pela escolha do governo interino, mas serão consultados durante o processo.
Brahimi quer finalizar a composição um mês antes da transferência formal da soberania aos iraquianos, em 30 de junho. Altos representantes da autoridade de
ocupação chefiada pelos EUA e da
delegação da ONU dizem que a
meta continua a ser alcançável,
mas que ainda não existe consenso em relação aos cargos de primeiro-ministro e presidente.
"É claro que há nomes em discussão, mas ainda não há nomes
definidos para cargos específicos", disse o porta-voz de Brahimi, Ahmad Fawzi. Refletindo a
demografia iraquiana, as especulações giram em torno de um candidato da comunidade xiita, majoritária, para chefiar o governo, e
um árabe sunita na Presidência.
Mas os curdos iraquianos, que
querem preservar a autonomia de
que desfrutam desde 1991 no norte do país, reivindicam um dos
cargos. "Não vamos aceitar outra
coisa senão a Presidência ou o
cargo de premiê", disse Adel Murad, vice do líder curdo Jalal Talabani, que integra o Conselho de
Governo indicado pelos EUA.
Igualmente controversa é a natureza e a extensão da soberania
que Washington pretende transferir em 30 de junho.
A nova resolução apresentada
ontem ao Conselho de Segurança
da ONU, redigida pelos EUA e o
Reino Unido, não marca data para a saída das tropas lideradas pelos EUA, mas propõe uma revisão
de sua situação após um ano.
O texto provisório diz que o Iraque teria controle sobre sua receita petrolífera, mas que um conselho internacional faria uma auditoria nas contas para garantir aos
investidores estrangeiros que não
haveria corrupção.
Atualmente, a receita das vendas de gás e petróleo é depositada
numa conta especial intitulada
Fundo de Desenvolvimento do
Iraque, controlada pelos EUA.
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