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Bomba mata 72 em Bagdá dias antes de recuo dos EUA
Ataque em Cidade Sadr, bairro pobre da capital, foi um dos mais letais do ano
Onda de atentados levanta dúvidas sobre habilidade das forças de segurança locais em controlarem o país após a retirada americana
DA REDAÇÃO
Um atentado a bomba deixou
ao menos 72 mortos ontem em
Cidade Sadr, bairro pobre de
Bagdá, a menos de uma semana
da retirada das tropas americanas das cidades e vilas do Iraque, primeiro passo rumo à saída definitiva das tropas americanas do país, em 2011.
A explosão no bairro xiita
-reduto do clérigo antiamericano Moqtada al Sadr- atingiu
um mercado de animais e deixou também cerca de 127 feridos, num dos piores ataques
terroristas do ano até agora.
Há quatro dias, o Exército
dos EUA havia devolvido formalmente o controle de Cidade
Sadr para a polícia iraquiana,
recomposta após o desmantelamento que se seguiu à invasão americana do Iraque, em
2003. Cidade Sadr foi palco de
violentos confrontos entre milícias xiitas ligadas a Sadr e forças americanas e iraquianas,
em meados de 2008.
No último ano, a violência
sectária vinha dando os primeiros e frágeis sinais de trégua no
Iraque. Mas frequentes atentados suicidas, muitos perpetrados por extremistas sunitas ligados à Al Qaeda, têm colocado
em dúvida a habilidade das forças iraquianas em controlar o
país depois que os EUA passarem adiante a responsabilidade
pela segurança local, a partir da
próxima terça-feira.
No início da semana, diversas
explosões pelo país deixaram
ao menos 27 mortos -3 deles
em Cidade Sadr. Outras 73 pessoas morreram no último sábado, após um atentado a bomba
em Kirkuk, norte do país. Analistas ouvidos pela agência Reuters acreditam que os atentados não devem ceder até as eleições parlamentares de janeiro.
O controle da violência será
uma prova de fogo para o premiê xiita Nuri al Maliki e para
as forças de segurança iraquianas quando as tropas americanas começarem a deixar o país
-conforme promessa do presidente Barack Obama. A retirada total foi acordada para até 31
de dezembro de 2011.
Ontem, o general Steve Lanza, porta-voz do Exército americano, confirmou que, mesmo
ante a atual onda de atentados,
suas tropas sairão do Iraque
nas datas previstas.
Atualmente há cerca de 134
mil soldados americanos no
Iraque, e Lanza disse ontem
que apenas "uma parte muito
pequena" deles continuará no
país a partir de terça-feira, para
treinamento e consultoria das
tropas iraquianas e para eventual apoio em combates.
Com agências internacionais
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