São Paulo, quinta-feira, 25 de junho de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Bomba mata 72 em Bagdá dias antes de recuo dos EUA

Ataque em Cidade Sadr, bairro pobre da capital, foi um dos mais letais do ano

Onda de atentados levanta dúvidas sobre habilidade das forças de segurança locais em controlarem o país após a retirada americana


DA REDAÇÃO

Um atentado a bomba deixou ao menos 72 mortos ontem em Cidade Sadr, bairro pobre de Bagdá, a menos de uma semana da retirada das tropas americanas das cidades e vilas do Iraque, primeiro passo rumo à saída definitiva das tropas americanas do país, em 2011.
A explosão no bairro xiita -reduto do clérigo antiamericano Moqtada al Sadr- atingiu um mercado de animais e deixou também cerca de 127 feridos, num dos piores ataques terroristas do ano até agora.
Há quatro dias, o Exército dos EUA havia devolvido formalmente o controle de Cidade Sadr para a polícia iraquiana, recomposta após o desmantelamento que se seguiu à invasão americana do Iraque, em 2003. Cidade Sadr foi palco de violentos confrontos entre milícias xiitas ligadas a Sadr e forças americanas e iraquianas, em meados de 2008.
No último ano, a violência sectária vinha dando os primeiros e frágeis sinais de trégua no Iraque. Mas frequentes atentados suicidas, muitos perpetrados por extremistas sunitas ligados à Al Qaeda, têm colocado em dúvida a habilidade das forças iraquianas em controlar o país depois que os EUA passarem adiante a responsabilidade pela segurança local, a partir da próxima terça-feira.
No início da semana, diversas explosões pelo país deixaram ao menos 27 mortos -3 deles em Cidade Sadr. Outras 73 pessoas morreram no último sábado, após um atentado a bomba em Kirkuk, norte do país. Analistas ouvidos pela agência Reuters acreditam que os atentados não devem ceder até as eleições parlamentares de janeiro.
O controle da violência será uma prova de fogo para o premiê xiita Nuri al Maliki e para as forças de segurança iraquianas quando as tropas americanas começarem a deixar o país -conforme promessa do presidente Barack Obama. A retirada total foi acordada para até 31 de dezembro de 2011.
Ontem, o general Steve Lanza, porta-voz do Exército americano, confirmou que, mesmo ante a atual onda de atentados, suas tropas sairão do Iraque nas datas previstas.
Atualmente há cerca de 134 mil soldados americanos no Iraque, e Lanza disse ontem que apenas "uma parte muito pequena" deles continuará no país a partir de terça-feira, para treinamento e consultoria das tropas iraquianas e para eventual apoio em combates.

Com agências internacionais



Texto Anterior: China reforça laços com Irã e inibe retaliação
Próximo Texto: Coreia do Norte: Filho de Kim assume agência de espionagem, diz jornal
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.