São Paulo, quinta-feira, 25 de junho de 2009

Texto Anterior | Índice

Venezuela e EUA oficializam volta de embaixadores a seus postos

Normalização das relações diplomáticas acontece após ruptura de nove meses

DE CARACAS

A Venezuela e os EUA confirmaram ontem que normalizarão as relações diplomáticas nos próximos dias. A expectativa é que os países voltem a ter embaixadores em suas respectivas representações em Caracas e em Washington, após nove meses de ausência.
"[O presidente Barack Obama] tem demonstrado o desejo de avançar em direção a uma comunicação mais fluida e melhorar as relações. Estamos à disposição para ir adiante", disse, pela manhã, o chanceler venezuelano, Nicolás Maduro.
Horas mais tarde, o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Ian Kelly, ratificou o anúncio de Caracas. "Acreditamos que intercambiar embaixadores beneficia ambos os países", disse, em Washington.
A normalização das relações já havia sido sinalizada durante a Cúpula das Américas, realizada em abril, em Trinidad e Tobago. Após se encontrar com Obama, o presidente Hugo Chávez disse que voltaria a enviar um embaixador aos EUA.
Desde a cúpula, Chávez mudou o tom sobre Obama, passando a elogiá-lo constantemente em público. Pouco antes, o havia chamado até de "pobre ignorante".
A retirada dos embaixadores aconteceu em setembro, ainda no governo George W. Bush, quando Chávez expulsou, com palavras duras, o representante dos EUA em solidariedade à Bolívia, que fizera o mesmo.
A Bolívia, do presidente Evo Morales, também está se reaproximando do governo americano. Os países concordaram em realizar uma série de encontros diplomáticos para estabelecer "novas bases" antes de nova troca de embaixadores.
Morales acusou a Embaixada dos EUA de alimentar um golpe de Estado em aliança com a oposição interna em 2008.
Chávez e Morales estavam entre os líderes reunidos ontem em Maracay (110 km a oeste de Caracas) para a cúpula da Alba (Alternativa Bolivariana para as Américas). Desde ontem, o Equador, do presidente Rafael Correa, é um dos países-membros do bloco, que ainda conta com Nicarágua e Cuba, entre outros países.
(FABIANO MAISONNAVE)


Texto Anterior: Eleição em Buenos Aires vira prévia da oposição para 2011
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.