São Paulo, sábado, 25 de junho de 2011

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Paquistão nega envolvimento de seus espiões com Bin Laden

'New York Times' sugeriu evidência em um celular apreendido

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O Exército do Paquistão negou ontem que o líder da Al Qaeda, Osama bin Laden, morto em 1º de maio, tenha recebido apoio de um grupo militante ligado ao ISI, o serviço de espionagem do país.
A informação havia sido divulgada anteontem em reportagem do jornal americano "New York Times".
O porta-voz do Exército, general Athar Abbas, disse, em nota, que os militares "rejeitam as insinuações feitas pela matéria do 'NYT'".
Funcionários anônimos do governo americano disseram ao jornal que um celular apreendido com um dos mensageiros de Bin Laden -durante a ação militar dos EUA que matou o saudita em Abbottabad (Paquistão)- tinha contatos de comandantes do grupo Harakat-ul-Mujahedeen.
Esses comandantes, que manteriam contato telefônico com o ISI, teriam oferecido ajuda e abrigo para Bin Laden em Abbottabad.
Mas, segundo os funcionários ouvidos pelo "NYT", os contatos no telefone celular poderiam não ser "necessariamente" sobre Bin Laden e sua proteção no Paquistão.

GUERRILHEIROS
Segundo a matéria, o ISI criou grupos como o Harakat nas décadas de 80 e 90 para combater forças da União Soviética e da Índia.
Mais tarde, a organização atuou com a rede extremista Al Qaeda e com o Taleban.
Ex-comandantes guerrilheiros paquistaneses disseram ao "NYT" anonimamente já ter recebido apoio do ISI. Eles afirmaram acreditar que o ISI ajudou Bin Laden.
Um deles disse que o ISI costuma manter líderes militantes sob custódia em casas próximas a bases militares -um tipo de prisão domiciliar.
A reportagem levantou a possibilidade de que o Paquistão tenha mantido Bin Laden escondido para uma eventual barganha ou para continuar recebendo ajuda financeira dos EUA.
"Isso [a reportagem] é parte de uma campanha bem orquestrada contra nossas organizações de segurança", disse Abbas.
"O Paquistão e suas forças de segurança sofreram nas mãos da Al Qaeda. Nossas ações no terreno falam mais alto que as palavras do 'New York Times'", afirmou.


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