São Paulo, sábado, 25 de junho de 2011

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OPINIÃO

Além do herói carismático, série inovou ao abrir episódio já revelando o culpado

THALES DE MENEZES
DE SÃO PAULO

"Columbo" mudou as séries policiais da TV. Mas não foi por causa de seu protagonista, um tenente caolho da Homicídios de Los Angeles com um casaco surrado que rivalizava em fedor com seu indefectível charuto, incapaz de dar um tiro e, aparentemente, muito confuso.
Mais do que seu personagem, a inovação era a estrutura narrativa, que virou de cabeça para baixo o modelo de mistério policial.
O episódio começava com um assassinato e o telespectador acompanhava quem o cometia, em todos os detalhes. A missão de Columbo não era descobrir quem matou, mas sim como quebrar um álibi quase perfeito.
Desprovido de atributos físicos para o combate ao crime, restava a ele a lógica, embora essa palavra seja difícil de aplicar a seu método errático de investigação.
Ele insistia em perguntas bobas e aparentemente sem conexão com o crime. Nessa "tática" repetitiva, criou a frase marcante de Columbo: "Só mais uma coisa...".
Os culpados quase sempre o tratavam como um imbecil e, confiantes, deixavam escapar a peça que juntava o quebra-cabeça do detetive.
Os roteiristas eram desafiados a colocar a cena em que Columbo desmascarava o criminoso o mais próxima possível do encerramento do episódio. Às vezes, um minuto antes dos créditos finais.
Claro que a figura singular de Falk caracterizado no papel contribuiu para o sucesso. Com sua figura simplória (ele sempre se deslumbrava com o mundo dos ricaços que investigava) e o tratamento humilhante que recebia dos criminosos, ganhava a simpatia da audiência.
No início dos anos 1970, os seriados de TV apostaram em detetives diferentes. Columbo teve como rivais na audiência o investigador gordo de "Cannon" e o sexagenário de "Barnaby Jones".


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