São Paulo, terça-feira, 25 de julho de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Notas do front

ECONOMIA DE GUERRA
Um estudo realizado pelo economista canadense de origem libanesa Kamal Dib traduz em números os últimos 38 anos de conflito. Desde 1968, de acordo com o economista, ocorreram mais de 5.000 ataques israelenses contra o Líbano, incluindo cinco grandes operações militares. Os maiores prejuízos foram causados em 1978 (US$ 418 milhões) e na invasão de 1982 (US$ 1,7 bilhão). Mas os danos da atual ofensiva já chegam perto do número anterior: estima-se que o prejuízo, em pouco menos de duas semanas, tenha alcançado US$ 1,6 bilhão.

KAMIKAZE
Um dos raros bares abertos em Beirute, o Gemmayzeh Social Club, criou um drinque para os tempos de guerra. O "Raad 3" -míssil usado pelo Hizbollah- leva absinto, curaçao blue, rum, gim, tequila, suco de amora e Tabasco. Intragável, traduz a opinião do bar sobre o conflito.

LIQUIDAÇÃO
O luxuoso comércio do centro da capital libanesa está às moscas, mas quem insiste em manter o guarda-roupa atualizado se depara com descontos de até 70% em grifes como Gucci, Timberland e Diesel.

BARULHO DE DEUS
Um grupo de judeus ortodoxos reuniu-se ontem em Haifa em favor da guerra. Segundo eles, o conflito ocorre porque Deus quer que a região de Israel seja só dos judeus, e quem tenta mudar isso é castigado. "Quem está fazendo a guerra é Deus. Nós só fazemos barulho com os canhões", disse um deles.

CREDIÁRIO DE GUERRA
As autoridades israelenses darão mais prazo para o pagamento de impostos. Uma empresa de cartões de crédito entrou no clima e anunciou que as faturas de agosto poderão ser pagas em setembro sem juros.

AMEIXAS PODRES
A economia israelense também sente os reflexos negativos do conflito. Cerca de 90 mil pequenos negócios tiveram as portas fechadas no norte do país. O turismo está totalmente parado. A região também está contando os danos na agricultura. Muitos trabalhadores estrangeiros, em sua maioria asiáticos, fugiram com medo dos Katyushas lançados pelo Hizbollah. De acordo com autoridades locais, devido à ausência de mão-de-obra no campo, as frutas estão apodrecendo nas árvores, e a colheita deste ano já pode ser considerada perdida.


Texto Anterior: Análise: "Estado dentro do Estado" acabará, diz especialista
Próximo Texto: Brasileiras voltam; maridos ficam no Líbano
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.