São Paulo, sábado, 25 de julho de 2009

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Xangai incentiva casais a ter um segundo filho

Envelhecimento da população preocupa a maior e mais rica cidade da China

É a primeira vez em décadas que autoridades encorajam a procriação; cidade quer aumentar a proporção de adultos em relação a idosos

DA REDAÇÃO

O governo de Xangai iniciou ontem uma campanha para convencer os casais da cidade chinesa a ter um segundo filho -num sinal de preocupação com o envelhecimento da população-, informou o jornal "China Daily". No país, há uma política de controle de natalidade, que proíbe casais de ter mais de uma criança.
"Nós defendemos que os casais elegíveis tenham dois filhos porque isso pode ajudar a proporção de idosos e aliviar a falta de mão de obra no futuro", disse ao "China Daily" Xie Lingli, chefe da Comissão de Planejamento Familiar da cidade.
Voluntários e agentes de planejamento familiar visitarão residências para distribuir livretos de promoção da campanha e para dar aconselhamento financeiro e psicológico.
A mudança na política de Xangai -maior cidade da China e centro financeiro do país- marca a primeira vez em várias décadas em que a procriação é estimulada pelas autoridades.
"O envelhecimento da população pressionará a geração mais jovem e a sociedade. Temos que encontrar a maneira de resolver o problema, mas não significa que se deva reverter a política de planejamento familiar do país", disse Xie.
A população de Xangai com mais de 60 anos de idade já passou dos 3 milhões -ou mais de 20% dos moradores. A proporção deve crescer para quase 35% nos próximos dez anos, quando as crianças nascidas no "baby boom" promovido pelo ex-líder chinês Mao Tse-tung terão chegado àquela idade.
Estudos demográficos apontam que, a partir de 2050, a China terá mais de 438 milhões de pessoas com mais de 60 anos, numa média de 1,6 trabalhador adulto para cada pessoa com mais de 60 anos.
Desde 1979 vigora no país o controle de natalidade, que, no entanto, não é aplicado a todos. Os cidadãos de minorias étnicas não precisam seguir a política. Os moradores de áreas rurais e casais de filhos únicos podem ter dois filhos. Os que têm mais filhos do que sua cota permite são obrigados a pagar uma taxa, calculada a partir da renda média do trabalhador chinês.
Também ficaram isentos de seguir a política do filho único os pais que perderam suas crianças no terremoto da Província de Sichuan, em 2008.
Apesar da "política de um só filho", a taxa de fecundidade no país está, em média, em 1,8 filho por mulher. Além disso, a restrição provocou um aumento de abortos forçados e infanticídio de meninas.


Com agências internacionais



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