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Xangai incentiva casais a ter um segundo filho
Envelhecimento da população preocupa a maior e mais rica cidade da China
É a primeira vez em décadas que autoridades encorajam a procriação; cidade quer aumentar a proporção de adultos em relação a idosos
DA REDAÇÃO
O governo de Xangai iniciou
ontem uma campanha para
convencer os casais da cidade
chinesa a ter um segundo filho
-num sinal de preocupação
com o envelhecimento da população-, informou o jornal
"China Daily". No país, há uma
política de controle de natalidade, que proíbe casais de ter
mais de uma criança.
"Nós defendemos que os casais elegíveis tenham dois filhos porque isso pode ajudar a
proporção de idosos e aliviar a
falta de mão de obra no futuro",
disse ao "China Daily" Xie Lingli, chefe da Comissão de Planejamento Familiar da cidade.
Voluntários e agentes de planejamento familiar visitarão
residências para distribuir livretos de promoção da campanha e para dar aconselhamento
financeiro e psicológico.
A mudança na política de
Xangai -maior cidade da China e centro financeiro do país-
marca a primeira vez em várias
décadas em que a procriação é
estimulada pelas autoridades.
"O envelhecimento da população pressionará a geração
mais jovem e a sociedade. Temos que encontrar a maneira
de resolver o problema, mas
não significa que se deva reverter a política de planejamento
familiar do país", disse Xie.
A população de Xangai com
mais de 60 anos de idade já passou dos 3 milhões -ou mais de
20% dos moradores. A proporção deve crescer para quase
35% nos próximos dez anos,
quando as crianças nascidas no
"baby boom" promovido pelo
ex-líder chinês Mao Tse-tung
terão chegado àquela idade.
Estudos demográficos apontam que, a partir de 2050, a
China terá mais de 438 milhões
de pessoas com mais de 60
anos, numa média de 1,6 trabalhador adulto para cada pessoa
com mais de 60 anos.
Desde 1979 vigora no país o
controle de natalidade, que, no
entanto, não é aplicado a todos.
Os cidadãos de minorias étnicas não precisam seguir a política. Os moradores de áreas rurais e casais de filhos únicos podem ter dois filhos. Os que têm
mais filhos do que sua cota permite são obrigados a pagar uma
taxa, calculada a partir da renda
média do trabalhador chinês.
Também ficaram isentos de
seguir a política do filho único
os pais que perderam suas
crianças no terremoto da Província de Sichuan, em 2008.
Apesar da "política de um só
filho", a taxa de fecundidade no
país está, em média, em 1,8 filho
por mulher. Além disso, a restrição provocou um aumento
de abortos forçados e infanticídio de meninas.
Com agências internacionais
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