São Paulo, domingo, 25 de julho de 2010

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PIB do país pode cair mais que o da Grécia

DE SÃO PAULO

A economia venezuelana corre o risco de contrair mais do que a da Grécia, que enfrenta séria crise fiscal e financeira, em 2010.
A Economist Intelligence Unit projeta queda de 5,5% para o PIB da Venezuela em 2010 e de 4,5% para a Grécia, com o resultado do país comandado por Chávez perdendo apenas para dois outros latino-americanos, Haiti e Porto Rico.
O banco Morgan Stanley revisou há pouco sua projeção de desempenho econômico da Venezuela em 2010 para uma queda de 6,2%. Em relatório publicado em maio, o banco previa contração de 4% para a Grécia este ano.
A lista de números negativos que retratam os sérios apuros em que se encontra a economia da Venezuela (que já havia contraído 3,3% em 2009) é longa.
É um dos poucos países que, para alguns analistas, poderá contrair por três anos seguidos, continuando em nova recessão em 2011.
Contração do PIB não é novidade no passado recente da Venezuela. Em 2002 e 2003, o PIB encolheu 8,9% e 7,8% respectivamente, como consequência de uma série de greves, incluindo de funcionários da empresa estatal de petróleo, a PDVSA.
Mas, segundo analistas, a atual crise é mais grave.
"As crises passadas foram resultado de choques de curto prazo na economia. Agora a Venezuela vive uma completa destruição da capacidade produtiva", diz Richard Hamilton, chefe de análise latino-americana da Business Monitor International.

INTERVENÇÃO
O caos econômico atual na Venezuela é fruto das medidas intervencionistas e nacionalistas de Chávez.
Essas medidas espantaram o investimento privado e, por outro lado, o governo foi ineficiente no manejo da fatia cada vez maior da economia que foi parar em suas mãos. Estima-se que a produção de petróleo no país caiu cerca de 25% entre 2000 e os primeiros meses deste ano.
Menor produção e forte queda nos preços da commodity em 2009 contribuíram para recuo na receita de exportações e consequente encolhimento das reservas internacionais do país que se acentuou nos primeiros meses de 2010.
O resultado é que faltam dólares no complicado mercado cambiário venezuelano, o que tem prejudicado a importação de alimentos e ajudado a realimentar a inflação. Problemas que, somados a recentes crises de racionamento de energia elétrica, explicam o caos econômico venezuelano. (EF)


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