São Paulo, segunda-feira, 25 de julho de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Debate sobre teto da dívida americana terá semana decisiva

Falta de acordo entre republicanos e democratas faz bolsas asiáticas abrirem em baixa; mercado teme calote

Líderes republicanos afirmam que tentativa de acordo vai exigir "sacrifícios" para atrair senadores democratas


ÁLVARO FAGUNDES
DE NOVA YORK

O impasse nas negociações para o aumento do limite da dívida americana persistiu ontem, e os EUA iniciam a semana pressionados para resolver o problema que pode levar o país a um calote histórico, com consequências para a economia mundial.
Sem um acordo entre democratas e republicanos, membros dos dois partidos dão sinais cada vez mais claros de que vão apresentar planos próprios para impedir que a maior economia mundial não pague os seus compromissos.
O problema é que qualquer proposta precisa do apoio do outro lado para ser aprovada, já que os democratas comandam o Senado, enquanto os republicanos têm maioria na Câmara dos Representantes (deputados).
Os líderes republicanos John Boehner e Eric Cantor pediram aos colegas de partido para permanecerem unidos e que um eventual acordo vai "exigir que alguns de vocês façam sacrifícios", já que é preciso atrair os senadores democratas.
Segundo Boehner, que é presidente da Câmara dos Representantes, um "grande acordo" com Casa Branca para o aumento do teto da dívida não é possível com "este presidente", em referência a Barack Obama.
O partido deve apresentar hoje uma nova proposta.
Os oposicionistas defendem cortes profundos nos gastos do governo, inclusive em programas sociais defendidos pelos democratas.
Os partidários do presidente Obama, por sua vez, querem aumento de impostos, especialmente sobre os mais ricos -hipótese que é rejeitada por políticos republicanos.
As lideranças democratas se encontraram no fim da tarde em Washington com Obama para discutir quais os próximos passos a ser tomados, mas nenhuma solução foi anunciada.
Uma das hipóteses estudadas é a proposta pelo líder democrata no Senado, Harry Reid, que estima corte nos gastos de US$ 2,5 trilhões e não prevê alta de impostos.
No entanto, boa parte dos cortes viria do fim das guerras no Iraque e no Afeganistão, e não de uma revisão mais profunda dos gastos do governo -o que pode não agradar os oposicionistas.
A falta de um acerto entre os dois partidos fez que as Bolsas da Ásia começassem o pregão hoje em baixa, ainda que nenhuma tivesse queda superior a 1%.

PRAZO
O governo americano já disse que, sem a elevação, só tem dinheiro até 2 de agosto para pagar as contas.
"Estamos quase sem pista", disse o secretário do Tesouro, Timothy Geithner.
A principal preocupação global é com um calote da dívida dos Estados Unidos, algo que nunca aconteceu e cujas consequências para a economia mundial podem ser catastróficas.


Texto Anterior: Chávez volta de Cuba após tratamento
Próximo Texto: Frases
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.