São Paulo, segunda-feira, 25 de agosto de 2008

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Boeing 737 cai após decolar e mata 68 no Quirguistão

Avião pertencia à empresa quirguiz Itek Air, que está banida do espaço aéreo europeu por descumprir normas de segurança

Vôo tinha como destino Teerã e maioria dos mortos tem nacionalidade iraniana; 22 pessoas escaparam com vida, entre elas o piloto

DA REDAÇÃO

Um avião de passageiros caiu ontem momentos após a decolagem, matando pelo menos 68 pessoas no Quirguistão, ex-república soviética na Ásia Central. O vôo levava 90 pessoas de Bishkek, capital quirguiz, ao Irã, mas sofreu problemas técnicos e caiu durante a tentativa de pouso de emergência a cerca de 10 quilômetros do aeroporto internacional de Bishkek.
A porta-voz presidencial Rosa Daudova confirmou ontem a morte de 68 dos 83 passageiros e sete tripulantes que estavam a bordo. Vinte e duas pessoas sobreviveram -18 delas foram hospitalizadas e as demais quatro só tiveram ferimentos leves. O vôo levava 17 jogadores de um time juvenil de vôlei da capital. Dez dos atletas adolescentes sobreviveram.
O avião, um Boeing 737, pertencia a Itek Air, do Quirguistão, banida do espaço aéreo europeu por descumprir as normas de segurança da aviação. A aeronave fora fretada pela companhia iraniana Aseman, segundo relatos iniciais das autoridades quirguizes.
De acordo com o ministro quirguiz dos Transportes, Nurlan Sulaimanov, a aeronave -construída em 1979- tinha sido inspecionada há apenas dois meses e apresentava bom estado de conservação.

Detalhes
O avião decolou às 20h30 locais (10h30, em Brasília) do aeroporto de Manas, em Bishkek, e, cinco minutos depois de levantar vôo, solicitou autorização para um pouso de emergência, segundo Alexandre Axionov, representante da aviação civil quirguiz. O piloto tentava realizar uma aterrissagem emergencial no campo quando a aeronave entrou em colapso, às 20h40 locais, disse Axionov a uma emissora de rádio local.
Após a queda, o avião pegou fogo. Muitos dos corpos foram carbonizados e só poderão ser identificados através de exame de DNA, segundo as autoridades quirguizes.
Após o acidente, os Estados Unidos, que utilizam parte das instalações de Manas como base para enviar suprimentos para as tropas no Afeganistão, mandaram ambulâncias
O premiê do Quirguistão, Igor Chudinov, afirmou que 51 estrangeiros estavam no vôo -entre eles, cidadãos 52 do Irã, três do Cazaquistão, dois canadenses, um turco e um chinês. Não havia sul-americanos a bordo do aeronave, que tinha como destino Teerã.
As causas do acidente ainda não são conhecidas, mas, relatos iniciais indicam que a despressurização súbita da aeronave levou o piloto a pedir autorização para o pouso emergencial. "O piloto sobreviveu, mas não é possível falar com ele no momento", disse Chudinov, sem entrar em detalhes.
O último acidente com vítimas de um Boeing 737 havia ocorrido em junho do ano passado, em Angola -na ocasião, morreram cinco pessoas. O acidente de ontem, o mais grave ocorrido na ex-república soviética desde a sua independência, foi o 65º com vítimas desse modelo de aeronave desde 1972, segundo o site airsafe.com.


Com agências internacionais


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