DA REDAÇÃO

Um avião da Spanair -companhia aérea envolvida no acidente que deixou 154 mortos na última quarta-feira, durante a decolagem no aeroporto madrileno de Barajas- realizou ontem um pouso não programado devido a problemas técnicos, informaram as autoridades da aviação civil espanhola.
A aeronave era um MD-82, o mesmo modelo que caiu em Madri, e também tinha por destino as ilhas Canárias, como o trágico vôo JK 5022. O avião deixou Barcelona às 8h10 locais e, cerca de uma hora depois, pousou em Málaga, no sul da Espanha. Segundo a companhia, o piloto detectou uma possível falha no gerador reserva e decidiu aterrissar por precaução, mas o incidente não constituiu uma emergência.
O vôo foi cancelado, e os passageiros foram levados a hotéis de Málaga, maior cidade da Andaluzia. Embora irritados com a mudança forçada de trajeto, a maioria dos passageiros disse que não sentiu medo. "Se você ficar neurótico sobre essas coisas, nunca vai voar", disse Francisco Carnicero à agência de notícias Efe.
Enquanto isso, na catedral de Madri, parentes oravam pelas 154 vítimas e pelos sobreviventes do acidente de quarta, o mais grave no país desde 1983. Muitos esperam a confirmação da identidade dos mortos.
O ministro do Interior, Alfredo Pérez, disse ontem que não há prazo para a conclusão da identificação, prejudicada pela carbonização dos corpos. "Nós precisamos ter certeza de que o que diremos às famílias é a verdade", justificou o ministro. Até ontem, 62 corpos haviam sido identificados -sete deles através do DNA.