Caso é o pior ocorrido no país nos últimos 6 anos e o primeiro com esse tipo de aeronave da empresa brasileira

Testemunhas dizem que fuselagem se dividiu em duas antes de colidir contra o solo; 42 dos 96 ocupantes morreram

DE SÃO PAULO

Uma colisão envolvendo um jato Embraer da empresa aérea chinesa Henan Airlines matou ao menos 42 pessoas, ontem, na China. É o primeiro acidente envolvendo essa família de jatos da fabricante brasileira e, provavelmente, o maior de sua história.
Segundo a agência oficial chinesa Xinhua, a aeronave -modelo E190- decolou por volta das 21h de terça-feira (10h, no horário de Brasília) de Harbin, capital da Província de Heilongjiang, rumo ao aeroporto de Lindu, na cidade de Yichun, onde chegou menos de uma hora depois.
O trajeto entre as cidades de Harbin e Yichun dura menos de uma hora e foi lançado pela Henan há um ano. A rota opera três vezes por semana, sempre com jatos da Embraer.
O acidente ocorreu durante o pouso, e a aeronave pegou fogo. Ainda não se sabe as circunstâncias do problema, e as caixas-pretas continuavam desaparecidas até a madrugada de hoje. Entretanto, o chefe do departamento de comunicação do comitê municipal do Partido Comunista chinês, Hua Jingwei, disse que o jato se dividiu em dois ao se aproximar da pista e que passageiros chegaram a ser jogados para fora da cabine antes de ele tocar o solo e explodir.
Testemunhas afirmaram que as chamas envolveram toda a fuselagem, atingido a vegetação ao redor. O incêndio foi controlado pelos bombeiros poucas horas depois do choque.
Havia 96 pessoas a bordo, incluindo cinco tripulantes e cinco crianças, ainda conforme informações da Xinhua. Destas, 42 morreram e 54 foram socorridas e levadas a hospitais. Um deles, o Hospital de Reabilitação de Yichun, informou ter recebido ao menos dez sobreviventes em sua ala de queimados.
O vice-prefeito de Yichun, Wang Xuemei, que acompanhou o resgate, afirmou que a maioria dos feridos sofreu fraturas, mas não soube confirmar quantos estavam em estado grave.

INVESTIGAÇÃO
Fontes disseram, ainda segundo a Xinhua, que o terminal de Yichun não está equipado para receber voos noturnos, mas as autoridades de aviação chinesas preferiram não comentar o caso. Havia uma forte neblina no momento do acidente. O aeroporto de Lindu fica a 9 km do centro de Yichun, de 1 milhão de habitantes.
Inaugurado no ano passado, o terminal é um dos muitos construídos nas regiões remotas do país com intuito de estimular o crescimento econômico.
O acidente será investigado por equipes da Caac (Autoridade de Aviação Civil da China), em Pequim. O vice-premiê Zhang Dejiang também enviou ao local especialistas em transporte, saúde e segurança no trabalho. Baseada na Província chinesa de Henan, a companhia aérea foi rebatizada no começo do ano, quando teve substituído o nome Kunpeng Airlines. Ela é controlada pela Shenzhen Airlines -que pertence, em parte, à Air China.

Veja imagens do acidente ocorrido ontem na China

folha.com.br/1023628


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