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ORIENTE MÉDIO
Grupo de 27 militares envia carta à Força Aérea em que se recusa a realizar missões nos territórios ocupados
Pilotos de Israel se negam a atacar palestinos
DA REDAÇÃO
Um grupo de 27 pilotos israelenses enviou uma carta ao comandante da Força Aérea de Israel, general Dan Halutz, na qual
se recusa a realizar ataques nos
territórios palestinos ocupados.
É o primeiro protesto do tipo
por parte de pilotos, reverenciados em Israel como cidadãos do
mais alto nível, e representa um
desafio ao moral das Forças Armadas israelenses, devido ao status que possuem.
"Nós, pilotos veteranos e também na ativa, que servimos ou
continuamos servindo ao Estado
de Israel, nos opomos a ataques
ilegais e imorais como os realizados por Israel nos territórios", escreveu o grupo.
"Nós, que fomos educados a
amar o Estado de Israel, nos recusamos a participar de ataques da
Força Aérea em centros populacionais civis. Recusamo-nos a
continuar atingindo civis inocentes", diz a carta.
Nos últimos três anos, com o recrudescimento da violência entre
Israel e os palestinos, cerca de 500
soldados da reserva israelense
preferiram ser presos a servir nos
territórios ocupados, sob o argumento de que a ocupação israelense seria ilegal.
O comandante da Força Aérea,
major-general Dan Halutz, disse
que os pilotos que se recusarem a
obedecer ordens terão de enfrentar a lei. "Mas estamos falando de
apenas 27 pilotos dos milhares
existentes", afirmou.
Em questão, estão os ataques
aéreos contra militantes extremistas palestinos na Cisjordânia e
na faixa de Gaza.
Israel chama as operações, em
geral levadas a cabo por mísseis
disparados de helicópteros, de
"mortes dirigidas".
Mas palestinos e grupos de direitos humanos as denunciam como assassinatos e criticam o fato
de que, com frequência, civis inocentes acabam morrendo também.
Apenas nas últimas semanas, 12
militantes do grupo terrorista Hamas foram mortos em ataques aéreos na faixa de Gaza.
A perseguição implacável a integrantes do Hamas começou
após um atentado suicida assumido pelo grupo em Jerusalém, que
matou 23 pessoas, em 19 de agosto. Moradores de Gaza que estavam perto dos locais atingidos
também morreram.
Em 7 de setembro, Israel tentou
matar, com um ataque aéreo, o
xeque Ahmed Yassin, principal líder do Hamas, e outras lideranças
do grupo, mas eles escaparam
sem ferimentos graves.
"Não há questionamento ou
dúvida sobre a importância de
nossa missão", disse o major-general Halutz, ao saber da declaração dos pilotos. "Não há força militar mais humana e moral do que
a nossa", disse.
Os pilotos também teriam se
negado a transportar soldados
para missões nos territórios ocupados.
Halutz criticou os militares descontentes por não terem expressado seu desacordo pelas vias
apropriadas dentro da hierarquia
das Forças Armadas. "Fiquei sabendo disso pela primeira vez hoje", disse.
O serviço militar é obrigatório
em Israel e, segundo a lei atual, os
homens servem durante três
anos, a partir dos 18 anos. As mulheres permanecem nas Forças
Armadas por 21 meses.
Com agências internacionais
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