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DIPLOMACIA
Com as mudanças, Brasil terá status elevado, afirma o chanceler
Amorim vê reforma da ONU "pronta"
LUCIANA COELHO
DE NOVA YORK
Se houver reforma no Conselho
de Segurança da ONU, o Brasil vai
se tornar membro permanente,
avaliou ontem o chanceler Celso
Amorim após uma semana de
reuniões para debater o tema durante a Assembléia Geral.
"A reforma já está pronta como
idéia, agora só tem de materializar", disse o ministro após participar de uma reunião de chanceleres do G-4, os quatro países que
pleiteiam uma vaga permanente e
se apóiam mutuamente -Brasil,
Índia, Alemanha e Japão.
Amorim ressaltou que, caso se
torne membro permanente, o
Brasil não terá de aumentar sua
contribuição à ONU, hoje por volta de US$ 28 milhões -cerca de
1,5% do Orçamento da instituição
e acima do valor pago por Rússia
e China, que são membros permanentes.
"Para operações de paz há um
acréscimo para os permanentes.
Mas esse é um preço mínimo a
pagar para ter uma influência efetiva nos acontecimentos mundiais", disse Amorim, referindo-se ao direito de veto na ONU, reservado aos permanentes.
Apoio crescente
Segundo o chanceler, cerca de
70 dos quase 100 países que participaram do debate da Assembléia
Geral se declararam favoráveis à
reforma do Conselho, dos quais
mais de 30 defenderam a ampliação das vagas permanentes.
"Todos aqueles que são a favor
da reforma já sabem qual reforma
é possível. Será com esses quatro e
mais algum. Ou então não haverá
reforma", afirmou. O quinto candidato, provavelmente africano,
não está definido.
"A África do Sul fez um anúncio
em Pretória dizendo estar disponível, acho que a Nigéria também.
E dizem que o Egito também falará", disse Amorim, que anteriormente mostrara preferência pela
África do Sul. Mas, para que o G-4
se torne G-5, ainda são necessárias discussões.
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