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EUA
Furacão é rebaixado para tempestade tropical, mas provoca inundações e deixa cerca de 2 milhões de pessoas sem energia
Rita perde força após causar incêndios
DA REDAÇÃO
O furacão Rita atingiu ontem a
costa sul dos EUA, castigando os
Estados do Texas e da Louisiana.
Embora os ventos e as chuvas tenham provocado inundações e
incêndios em cidades da região
afetada, o que chegou a ser um furacão de categoria 5 (a mais alta,
com ventos de 280 km/h) chegou
ao continente às 5h30 (hora de
Brasília) graduado na categoria 3
(ventos de 190 km/h) e foi rebaixado no meio da tarde para uma
tempestade tropical, com ventos
de até 80 km/h.
Além de inundar cidades da
Louisiana -boa parte de Nova
Orleans voltou a ficar submersa,
menos de um mês após a passagem do furacão Katrina, que matou mais de mil pessoas no Sul
dos EUA-, o furacão Rita deixou
cerca de 2 milhões de pessoas sem
energia elétrica no seu rastro.
Refinarias de petróleo foram fechadas antes da sua passagem,
mas os estragos relatados até o
início da noite eram pequenos.
Uma das mais atingidas foi a refinaria de Port Arthur, que processa cerca de 250 mil barris por dia,
e precisará de até um mês para ser
reativada.
A cidade de Houston -a quarta
maior dos EUA, situada na rota
prevista originalmente para o Rita, da qual se desviou- foi poupada de um impacto direto. Mas a
cidade petrolífera de Beaumont,
no Texas, e muitas das maiores
refinarias dos EUA estavam no
caminho do Rita. A extensão dos
danos ainda não é conhecida.
Em toda a área afetada, ventos
derrubaram árvores, destruíram
edificações e deflagraram incêndios. O chefe de polícia Ricky Fox,
de Vinton, Louisiana, próxima a
Beaumont, no Texas, disse à TV
que havia estragos generalizados.
"Da maioria dos prédios maiores,
os telhados se foram".
Beaumont, onde teve início a
era do petróleo norte-americana,
com a descoberta do poço de
Spindletop em 1901, foi uma das
regiões mais duramente atingidas. Em Lake Charles, na Louisiana, a tempestade soltou um barco
de transporte de contêineres de
suas amarras e o navio ameaçava
bater numa ponte sobre o lago.
Um incêndio irrompeu em três
prédios do centro histórico de
Galveston e uma outra edificação
desabou na mesma área. A ilha,
contudo, também escapou de um
impacto direto. No bar Poop
Deck, na cidade, com vista para o
golfo, o clima não era pesado entre os freqüentadores, que bebiam
e observavam a paisagem. "A mãe
natureza deve ser uma senhora
ianque", disse a "chef" Samantha
Gallion. "É como se ela estivesse
brava com a costa sul. Nos atingiu
a todos agora. Estou brincando
diante do desastre."
Retirada
A maior parte da área afetada
estava pouco povoada. Mais de 2
milhões de pessoas foram evacuadas. Congestionamentos pararam
rodovias que saem de Houston.
Vários motoristas ficaram presos
por falta de gasolina. O caos revelou-se fatal na sexta, quando um
ônibus com idosos de Houston
pegou fogo matando 24 pessoas.
Ontem as autoridades norte-americanas exortavam os que haviam abandonado as cidades a
não voltarem imediatamente para suas casas, com medo dos
transtornos que um regresso em
massa poderia provocar.
"Tenham paciência", pediu o
governador do Texas, Rick Perry.
"Se você está num lugar seguro,
com água, comida e alojamento,
você deveria permanecer por aí
por enquanto."
Segundo o diretor em exercício
da Fema (a agência dos EUA para
emergências), David Paulison, foi
justamente a saída das pessoas
das cidades da região atingida o
que contribuiu para que os estragos não fossem maiores. "O prejuízo não é tão grande quanto esperávamos", disse. "A retirada
dos moradores funcionou."
Alguns moradores de Nova Orleans que estavam em Houston
após a passagem do Katrina tiveram novamente que mudar de
abrigo. "Estamos cansados de ser
empurrados de um lugar para outro", disse Cora Washington, 59,
abrigada num ginásio de basquete. "Queremos voltar para Nova
Orleans e juntar os pedaços."
O presidente dos EUA, George
W. Bush, após ter sido criticado
pela demora em agir logo após a
passagem do Katrina, visitou ontem um centro de operações de
emergência em Austin, no Texas.
Ele também exortou os moradores da região a não voltarem
imediatamente para casa. "Embora a tempestade tenha ultrapassado a costa, a situação ainda é perigosa", ele disse. "Quem está seguro agora deveria permanecer
em condições seguras."
com agências internacionais
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