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EUA voltam a ser acusados de tortura e abusos
DA REDAÇÃO
A organização Human
Rights Watch (HRW) divulgou
ontem um informe em que
acusa tropas norte-americanas
de submeter prisioneiros iraquianos a tortura e maus-tratos
numa base militar próxima a
Faluja (Iraque central). O relatório é apoiado pelo testemunho de soldados dos EUA.
Segundo o informe da HRW
intitulado "Falha de Liderança:
Relatos de Primeira Mão de
Tortura de Prisioneiros Iraquianos pela 82ª Divisão Aerotransportada", as torturas foram cometidas em obediência
a ordens de superiores ou com
a aprovação dos comandantes.
Três membros do Exército
-dois sargentos e um capitão- descrevem como, nos
anos de 2003 e 2004, torturas e
maus-tratos eram aplicados rotineiramente a prisioneiros na
base. Num dos incidentes relatados, um soldados supostamente quebrou a perna de um
iraquiano com um taco de beisebol. Os prisioneiros eram
obrigados a segurar jarros de
água com os braços estendidos
e sofriam outros castigos físicos
até desmaiarem.
Os soldados aplicavam substâncias químicas irritantes na
pele e nos olhos dos detidos, os
mantinham em posições incômodas, os impediam de dormir e os submetiam a temperaturas extremas de frio e calor.
Os prisioneiros eram amontoados em pirâmides e passavam
longos períodos sem comida e
bebida, diz o relatório.
Os militares dizem ainda que
viram práticas semelhantes em
outra base no Iraque e no Afeganistão. Segundo eles, os abusos não eram cometidos só em
interrogatórios e que às vezes
serviam para os soldados "aliviarem seus nervos".
"Todo mundo no acampamento sabia que, para aliviar as
frustrações, bastava ir à área
onde se cometiam os abusos",
disse um sargento à HRW.
"Era como um esporte."
O relatório conclui que as
torturas foram o resultado de
deficiências da liderança civil e
da militar bem como da "confusão sobre as normas de interrogatório e da aplicação das
convenções de Genebra".
Além disso, o nível de torturas "contradiz a afirmação da
administração [do presidente
George W. Bush] de que os
abusos cometidos pelas forças
dos EUA foram pouco freqüentes e excepcionais".
"A administração pediu que
os soldados arrancassem informações dos detidos sem lhes
dizer o que era permitido e o
que era proibido", avaliou Tom
Malinowski, diretor da HRW.
Um dos militares que passaram informações à HRW disse
que por 17 meses expressou
preocupação com o que ocorria a seus superiores que o
aconselharam a "pensar em
sua carreira".
Iraque
Um juiz iraquiano decretou
ontem a prisão de dois soldados britânicos que foram libertados de uma prisão iraquiana
numa operação militar conduzida por seus colegas de farda.
Os britânicos são acusados de
matar um policial iraquiano. A
Grã-Bretanha não reconhece a
autoridade da Justiça iraquiana
para julgar seus soldados.
com agências internacionais
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