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EUA
Muhammad, um dos detidos, recebeu insígnia de "pontaria exímia" do Exército; rifle é o mesmo do "atirador de Washington"
Polícia prende dois com arma dos crimes
DA REDAÇÃO
Um veterano da Guerra do Golfo descrito como um atirador de
elite e um adolescente foram presos juntos na madrugada de ontem no caso dos assassinatos recentes na área de Washington.
Os dois foram detidos enquanto
dormiam em um carro em uma
área de repouso de uma estrada
no interior de Maryland, e autoridades encontraram mais tarde
um fuzil Bushmaster, de calibre
.223 no carro. Segundo as autoridades, trata-se da arma usada pelo atirador contra suas 13 vítimas.
Fontes no governo dos EUA
identificaram os dois como o ex-soldado John Allen Muhammad,
42, e John Lee Malvo, 17. Eles não
foram imediatamente acusados
pelos crimes do "atirador de Washington", como ficou conhecida a
pessoa que matou dez pessoas e
feriu três nos Estados de Maryland e Virgínia e na capital americana desde o último dia 2.
Ambos foram levados ontem a
um tribunal federal em Baltimore.
Procuradores de Maryland
marcaram uma reunião para hoje
para decidir quais acusações seriam registradas contra os dois.
Mas, ainda ontem, Muhammad já
foi indiciado por violação da lei de
posse de armas de fogo.
"Estamos sendo muito cautelosos a respeito disso", disse um
funcionário do Departamento da
Justiça ao ser indagado se os dois
detidos eram os atiradores.
No Condado de Montgomery
(Maryland), onde a investigação
sobre o caso está baseada e seis vítimas morreram, o procurador
estadual Douglas Gansler foi mais
assertivo. "Há um forte sentimento de que essas pessoas estão relacionadas aos crimes", disse Gansler em uma entrevista a uma rádio
local.
Aparentemente, a polícia estava
seguindo pistas no Alabama, onde Malvo é suspeito em um caso
de latrocínio ocorrido diante de
uma loja de bebidas em 21 de setembro, e no Estado de Washington (costa oeste dos EUA), em Bellingham, perto de Fort Lewis, onde Muhammad ficou baseado durante parte de sua carreira militar.
Acredita-se que ambos estivessem morando no Estado de Washington até recentemente.
Muhammad, que se converteu
ao islã há 17 anos e mudou seu nome de John Allen Williams no ano
passado, era um "exímio atirador" que serviu como engenheiro
de combate na Guerra do Golfo
(1991), disse um alto funcionário
do Departamento da Defesa dos
EUA, que pediu para não ser
identificado (leia texto ao lado).
O fuzil semi-automático encontrado no carro dos suspeitos havia
sido vendido a um distribuidor
no Estado de Washington em junho e provavelmente custou de
US$ 700 a US$ 800.
O chefe da polícia de Bellingham, Randy Carroll, disse que há
relatos de que Muhammad e Malvo tenham "ficado juntos" em Bellingham, hospedando-se às vezes
em um abrigo de sem-teto.
"Parece que essas pessoas que
foram detidas não estão agindo
com nenhum grupo. Parece que
eles agiam sozinhos", afirmou.
Muhammad afirmava ser pai de
Malvo, mas a relação entre os dois
não estava clara, afirmou ele.
O chefe da polícia de Montgomery (Alabama), John Wilson,
afirmou que havia "semelhanças
muito boas" entre um esboço de
Malvo e o suspeito no caso da loja
de bebidas em sua cidade, mas
acrescentou que a bala usada no
Alabama não era a mesma usada
nos crimes perto de Washington.
Anteontem, agentes do FBI revistaram uma propriedade em
Tacoma (Estado de Washington)
e levaram embora um toco de árvore que pode ter sido usado como alvo para treinar tiro. Eles
também fizeram perguntas sobre
os dois na vizinha Bellingham.
Muhammad e Malvo foram
presos na madrugada de ontem
em Maryland, 100 km a noroeste
de Washington, enquanto dormiam em um carro que correspondia a uma descrição da polícia
divulgada horas antes. Eles não
ofereceram resistência.
Com agências internacionais
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