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ARGENTINA
Menem e Saá se apresentam
Apenas dois peronistas inscrevem candidatura
JOÃO SANDRINI
DE BUENOS AIRES
Apenas dois dos quatro principais pré-candidatos à Presidência
argentina pelo PJ (Partido Justicialista, peronista) oficializaram a
candidatura até ontem, último
dia do prazo para as inscrições.
O ex-presidente Adolfo Rodríguez Saá (2001), que está em primeiro nas pesquisas de intenção
de voto, confirmou que vai tentar
se eleger pelo PJ, o maior e mais
popular partido do país. Até ontem, Rodríguez Saá não descartava fundar um partido próprio para participar da eleição de março.
Seu único rival até agora na eleição prévia para a escolha do candidato do partido é o ex-presidente Carlos Menem (1989-1999).
Apesar de estar em quarto na corrida presidencial, Menem confia
ser escolhido o candidato do PJ na
eleição prévia porque controla
boa parte do partido.
Já os outros dois principais pré-candidatos peronistas, os governadores Néstor Kirchner (Santa
Cruz) e José Manuel de la Sota
(Córdoba) -que ocupam o segundo e o sétimo lugar nas pesquisas, respectivamente- surpreenderam e decidiram não
apresentar as inscrições.
Procurados pela Folha, os dois
governadores informaram, por
meio de assessores, que não desistiram de participar da eleição.
Eles afirmaram que vão questionar nos próximos dias a fórmula
eleitoral estabelecida pelo partido
para a realização da eleição prévia
e pretendem realizar a inscrição
somente depois de alteradas as regras.
A fórmula para a prévia foi estabelecida há cerca de duas semanas pela Junta Eleitoral do PJ, um
órgão controlado por Menem. A
Junta determinou que a prévia
acontecerá no dia 15 de dezembro
e que poderão participar das votações todos os filiados do PJ e
também todos os eleitores argentinos que não sejam filiados a nenhuma outra agremiação.
A decisão, tomada unilateralmente por Menem, desagradou
aos outros pré-candidatos, que
acusam o ex-presidente de abuso
de poder e de falta de ética ao não
se distanciar do processo de escolha da fórmula eleitoral, apesar de
também ser candidato.
Além de dar mais chances a
Kirchner e De la Sota, uma mudança nas regras estabelecidas
por Menem também poderia incentivar a participação na eleição
do governador Carlos Reutemann (Santa Fé). O ex-piloto de
F-1 é o político mais popular da
Argentina, mas até agora nega
que vá participar da eleição.
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