São Paulo, segunda-feira, 25 de outubro de 2004

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Gabinete de Israel aprova plano de compensação para colonos

DA REDAÇÃO

O gabinete do premiê israelense, Ariel Sharon, aprovou um programa de compensação para os colonos judeus que forem removidos dos assentamentos na faixa de Gaza e na Cisjordânia.
A aprovação desse programa é considerada chave para o plano de retirada das colônias, que será votado amanhã no Knesset (Parlamento de Israel).
Foram 13 votos a favor e 6 contra -cinco dos opositores pertencem ao partido de Sharon (Likud) e se opõem ao plano de remoção dos assentamentos.
Na votação de amanhã, o premiê também deve enfrentar oposição de integrantes do Likud, que estão aliados com a extrema direita israelense contra o plano. Mas o apoio da oposição do Partido Trabalhista e de legendas da esquerda israelenses deve garantir a maioria para Sharon.
"O trem já deixou a estação. A implementação [do plano de saída de Gaza] está a caminho", disse Raanan Gissin, porta-voz de Sharon. "Após a votação no Knesset, será irreversível", acrescentou.
Segundo o programa de compensação aos colonos, cada uma das famílias receberá uma média de US$ 330 mil, segundo o diário israelense "Haaretz".
Caso o colono aceite se retirar antecipadamente das colônias, ele poderá receber um terço a mais do que o valor previsto.
O gabinete também aprovou penas, incluindo prisão, para os colonos que resistirem violentamente a ordens de retirada. Crianças e adolescentes com idades entre 12 e 18 anos também estarão sujeitas a essas punições, segundo a agência de notícias internacionais Reuters.
O plano de desengate, como está sendo chamado, será o primeiro a provocar o desmantelamento de colônias judaicas em territórios palestinos ocupados por Israel na guerra árabe-israelense de 1967. Ao todo, os 21 assentamentos da faixa de Gaza e quatro no norte da Cisjordânia devem ser removidos.
Documento do governo israelense que vazou para a imprensa ontem indica que Israel continuará se considerando uma força de ocupação em Gaza mesmo após a possível retirada, pois o país manterá o controle das fronteiras, do espaço aéreo e da costa dessa região reivindica pelos palestinos.
Para hoje e amanhã, está previsto uma série de protestos de colonos e religiosos judeus contrários à retirada dos assentamentos da região, que eles enxergam como parte de Israel.


Com agências internacionais


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