São Paulo, terça-feira, 25 de outubro de 2005

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CLIMA

No México, presidente exige ação

Wilma chega à Flórida e 5 pessoas morrem

DA REDAÇÃO

O furacão Wilma chegou ontem ao Estado americano da Flórida, com rajadas de vento de até 200 km/h, quebrando janelas e destelhando casas nas regiões de Miami e Fort Lauderdale, além do arquipélago de Keys. De acordo com autoridades locais, ao menos cinco pessoas morreram em todo o Estado.
Segundo a rede de notícias CNN, o governador da Flórida, Jeb Bush -irmão do presidente George W. Bush-, afirmou que pelo menos 2,2 milhões de casas ficaram sem energia elétrica no Estado.
O Wilma, que chegou aos EUA enquadrado na categoria 3 -sendo que a mais forte é a 5- após deixar dez mortos na península mexicana do Yucatán, também alagou ruas e bloqueou estradas. Segundo contou à agência de notícias Associated Press Jay Gewin, da Prefeitura de Key West, 35% da cidade estava inundada, incluindo o aeroporto e a rodovia US 1, que interliga as pequenas ilhas que compõem o arquipélago de Keys e as liga ao continente.
No entanto autoridades locais afirmaram que 90% dos cerca de 80 mil residentes do município de Key West se recusaram a deixá-lo.
O presidente Bush declarou estado de emergência na Flórida e afirmou que autoridades do governo federal trabalhariam entrosadas com autoridades locais para distribuir comida, remédios e água nas áreas afetadas.

México
Antes de chegar à Flórida, o Wilma passou pela península do Yucatán, no México, região das estâncias turísticas de Cancún e da ilha de Cozumel, onde deixou dez mortos. Sobre os estragos causados pelo furacão, Jesús Almaguer, presidente do sindicato patronal de hotelaria do Estado de Quintana Roo, afirmou que a região precisará de três a quatro meses para voltar ao normal.
Em Cancún, centenas de pessoas promoveram saques no fim de semana. Para inibir os furtos, a Polícia Federal deteve cerca de 370 pessoas, contou à agência de notícias France Presse o subdiretor da Polícia Judiciária Jaime Ongay. O prefeito ordenou, ontem, toque de recolher a partir das 19h.
Toque de recolher também foi decretado em Cozumel.
Diante das reclamações de parte dos cerca de 20 mil turistas alojados em abrigos improvisados sobre a falta de comida e água -sem falar na energia elétrica-, o presidente do México, Vicente Fox, demonstrou ter perdido a paciência ao exigir que o Exército e a polícia montassem um centro de operação conjunta para impedir os saques e começar a remover os turistas. "Quero esse centro de comando operando com capacidade total agora", gritou, para membros da administração local.
Fox reclamou que os moradores de Cancún estavam famintos e interrompeu a chefe da defesa civil Carmen Segura, que dizia a ele que os mantimentos estavam a caminho: "Esqueça, Carmen. Eu não sei se os suprimentos acabaram ou se estão na barriga das pessoas, mas eu não os vejo aqui".
O Wilma, que ontem se deslocava rumo noroeste, a cerca de 40 km/h, em direção ao oceano Atlântico, afetou também Cuba, onde alagou regiões costeiras e deixou a capital, Havana, sem energia elétrica. Na semana passada, o furacão deixou 13 mortos na Jamaica e no Haiti.


Com agências internacionais

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