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Casas queimadas nos EUA valem US$ 1 bi
Área atingida por fogo na Califórnia é maior do que cidade de São Paulo; desabrigados têm até acupuntura
DA REDAÇÃO
Os bombeiros conseguiram
controlar na noite de ontem os
principais focos do incêndio
que devasta a Califórnia desde
domingo. Parte do meio milhão
de pessoas forçadas a deixar
suas casas pode ser autorizada
hoje a retornar. A área queimada -aproximadamente 1.750
km2- é pouco maior que a cidade de São Paulo, mas o valor
estimado das cerca de 1.500 casas destruídas passa de US$ 1
bilhão. Noventa aviões espalham produtos químicos para
dificultar o alastramento do fogo -ainda há focos no sul do
Estado. O governador Arnold
Schwarzenegger confirmou
ontem a morte de três pessoas.
Alojada em hotéis ou abrigos
confortáveis, a maioria dos moradores vivencia agora a angústia de não saber se suas casas
foram destruídas ou não nos
incêndios.
Acupuntura e massagens estão entre as opções oferecidas
aos estressados no estádio de
Qualcomm, em San Diego, chamado pela imprensa americana de "Ritz dos abrigos". O número de voluntários deve se igualar aos 9.000 desabrigados
do estádio, disse o prefeito de
San Diego, Jerry Sanders, ao
"Los Angeles Times". Qualcomm em nada lembra o caótico e violento Superdome, onde
em 2005 foram amontoados os
sobreviventes do furacão Katrina, em Nova Orleans.
"Aprendemos lições com o
Katrina", afirmou a porta-voz
da Casa Branca, Dana Perino.
"Acho que estamos aplicando
algumas delas, especialmente
no que diz respeito a uma comunicação ágil entre as equipes federal e estadual." Na
quarta, o presidente George W.
Bush -que já havia decretado
estado de emergência anteontem- classificou a área como
"zona de calamidade", facilitando o envio de recursos. Ele
deve visitar hoje a Califórnia.
Mais que a reação de Washington, o que torna a situação
californiana singular é a riqueza dos subúrbios atingidos. No
condado de San Diego, cenário
de incêndios periódicos, um
sistema automático conhecido
como 911 reverso permitiu telefonar quase instantaneamente para todos os números
na região. Adquirida há dois
anos por US$ 300 mil, a tecnologia facilitou o alerta dado a
mais de meio milhão de pessoas para que deixassem suas
casas.
Ajuda abundante
Ao contrário dos moradores
de Nova Orleans, quase todos
no sul da Califórnia têm carro
próprio. Mais que a disponibilidade de ônibus escolares, foi
isso que garantiu uma saída
quase imediata. Para a maioria
dos habitantes, que podia pagar por outras formas de moradia temporária, os abrigos públicos eram apenas mais uma
opção disponível.
Mesmo com a possibilidade
de hospedar animais de estimação e abundância de ajuda,
por assim dizer, humanitária
-de fraldas a supérfluos como
café Starbucks, bebidas energéticas e revistas-, os abrigos
não atraíram nem 5% do total
de deslocados. Quem foi, porém, ficou satisfeito.
Com o "Financial Times" e agências internacionais
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