São Paulo, quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Aviões da Turquia cruzam fronteira iraquiana e visam bases guerrilheiras

DA REDAÇÃO

Caças F-16 e helicópteros Sikorsky e Cobra da Turquia atravessaram a fronteira do Iraque para bombardear posições dos autonomistas curdos. Segundo a Reuters, a aviação também deu cobertura a 300 militares que penetraram por terra em solo iraquiano e teriam matado 34 guerrilheiros do PKK (Partido dos Trabalhadores do Curdistão).
O anúncio da operação, em represália à emboscada dos autonomistas que no domingo matou 12 militares turcos, partiu, com poucos detalhes, da agência oficial turca, a Anatolia.
Nenhum dirigente de Ancara deu declarações, mantendo o episódio sob certa discrição, possivelmente para evitar atritos com o Iraque, que teve seu território invadido, e com os Estados Unidos, que têm exortado o governo turco a não autorizar a travessia da fronteira.
O "New York Times" cita um informante militar turco, para quem a fronteira foi atravessada numa região montanhosa e não habitada, com combatentes terrestres retornando rapidamente a suas bases. As aeronaves utilizadas decolaram de Diyarbakir, sudeste turco.
Abdul Rahman Jaderji, porta-voz do PKK no Curdistão iraquiano, negou que a operação tenha ocorrido. Afirmou que não aconteceram confrontos de seu grupo com turcos depois de domingo e que o Exército turco se limita a lançar a esmo projéteis de artilharia.
Segundo a Associated Press, dois jatos bombardearam ontem bases autonomistas localizadas a seis quilômetros da fronteira, já no Iraque.

Público interno
Analistas acreditam que a informação acalmará, na Turquia, uma opinião pública exaltada pela morte de 42 militares nas últimas semanas e que exigia do governo uma pesada incursão nas bases guerrilheiras dentro do Iraque, conforme autorização dada na semana passada pelo Parlamento.
Em Ancara, o Conselho de Segurança Nacional se reuniu "por longas horas", com a participação do presidente Abdullah Gul e do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan. Não há informações sobre decisões.
Antes que a agência Anatolia relatasse o ataque, Jaap de Hoop Scheffer, o secretário-geral da Otan, aliança militar ocidental, elogiou a Turquia pelo "notável comedimento".
O presidente iraquiano, Jalal Talabani, ele próprio um curdo, negou ontem ter oferecido ao chanceler turco, Ali Babacan, a captura e a entrega à Turquia de separatistas baseados no Iraque. "As lideranças do PKK não atuam nas cidades curdas e estão escondidas nas montanhas Qandil, onde nos é impossível prendê-los", afirmou.


Com agências internacionais


Texto Anterior: "Ataque turco ao Iraque é meta do PKK"
Próximo Texto: Imigração: Japão vai exigir impressões digitais para entrar no país
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.