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Aviões da Turquia cruzam fronteira iraquiana e visam bases guerrilheiras
DA REDAÇÃO
Caças F-16 e helicópteros Sikorsky e Cobra da Turquia
atravessaram a fronteira do
Iraque para bombardear posições dos autonomistas curdos.
Segundo a Reuters, a aviação
também deu cobertura a 300
militares que penetraram por
terra em solo iraquiano e teriam matado 34 guerrilheiros
do PKK (Partido dos Trabalhadores do Curdistão).
O anúncio da operação, em
represália à emboscada dos autonomistas que no domingo
matou 12 militares turcos, partiu, com poucos detalhes, da
agência oficial turca, a Anatolia.
Nenhum dirigente de Ancara
deu declarações, mantendo o
episódio sob certa discrição,
possivelmente para evitar atritos com o Iraque, que teve seu
território invadido, e com os
Estados Unidos, que têm exortado o governo turco a não autorizar a travessia da fronteira.
O "New York Times" cita um
informante militar turco, para
quem a fronteira foi atravessada numa região montanhosa e
não habitada, com combatentes terrestres retornando rapidamente a suas bases. As aeronaves utilizadas decolaram de Diyarbakir, sudeste turco.
Abdul Rahman Jaderji, porta-voz do PKK no Curdistão
iraquiano, negou que a operação tenha ocorrido. Afirmou
que não aconteceram confrontos de seu grupo com turcos depois de domingo e que o Exército turco se limita a lançar a esmo projéteis de artilharia.
Segundo a Associated Press,
dois jatos bombardearam ontem bases autonomistas localizadas a seis quilômetros da
fronteira, já no Iraque.
Público interno
Analistas acreditam que a informação acalmará, na Turquia, uma opinião pública exaltada pela morte de 42 militares nas últimas semanas e que exigia do governo uma pesada incursão nas bases guerrilheiras
dentro do Iraque, conforme autorização dada na semana passada pelo Parlamento.
Em Ancara, o Conselho de
Segurança Nacional se reuniu
"por longas horas", com a participação do presidente Abdullah
Gul e do primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan. Não há informações sobre decisões.
Antes que a agência Anatolia
relatasse o ataque, Jaap de
Hoop Scheffer, o secretário-geral da Otan, aliança militar ocidental, elogiou a Turquia pelo
"notável comedimento".
O presidente iraquiano, Jalal
Talabani, ele próprio um curdo,
negou ontem ter oferecido ao
chanceler turco, Ali Babacan, a
captura e a entrega à Turquia
de separatistas baseados no
Iraque. "As lideranças do PKK
não atuam nas cidades curdas e
estão escondidas nas montanhas Qandil, onde nos é impossível prendê-los", afirmou.
Com agências internacionais
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