São Paulo, sábado, 25 de outubro de 2008

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Para Lugo, ações de sem-terra são por necessidade

DA REDAÇÃO

O presidente paraguaio, Fernando Lugo, disse ontem acreditar que as ações dos sem-terra locais são motivadas mais por necessidade do que por xenofobia. A declaração foi dada em visita do mandatário ao departamento de San Pedro, centro da tensão entre sem-terra e "brasiguaios" nos últimos dias.
"Os imigrantes são bem-vindos no Paraguai, [desde que] dentro do âmbito da legalidade", afirmou. Além disso, "muitos dos chamados "brasiguaios" já são paraguaios, têm seus filhos, seus netos, e estão [radicados] legalmente, sem motivo de preocupação".
San Pedro, localizada cerca de 300 quilômetros ao norte da capital, Assunção, é a base política do presidente, onde por mais de dez anos o então bispo Lugo atuou ao lado de movimentos sociais, entre eles grupos sem terra.
O dia de despachos oficiais no departamento é uma tentativa do governo de amainar as tensões na zona rural,. Além disso, é um aceno aos sem-terra, que apoiaram a eleição de Lugo, mas exigem medidas em relação à concentração de terras em mãos brasileiras, em sua maioria produtores de soja.
À agência Efe, Lugo disse que espera racionalidade na busca de uma solução para as reivindicações dos sem-terra do país, cerca de 400 mil. Para Assunção, há 300 mil brasileiros no país; para o Brasil, eles são 150 mil. Lugo disse que foram registradas 74 ocupações desde o início do seu governo, em agosto.
Lugo falou também das negociações com o Brasil sobre a hidrelétrica binacional de Itaipu. "Nenhum dos pontos foi rejeitado", afirmou sobre as reivindicações, que incluem o preço da energia, a possibilidade de venda para terceiros e a renegociação da dívida. Na quarta, houve reunião de uma das duas subcomissões bilaterais.


Com agências internacionais


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