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Jovens dos EUA dão as costas à política
Pesquisa do Instituto de Política de Harvard mostra que só 27% pretendem votar nas legislativas de novembro
Eleição presidencial de 2008 batera recorde de décadas ao atrair mais da metade dos eleitores com idades de 18 a 29
LUCIANA COELHO
EM CAMBRIDGE
A geração do milênio, um
vértice da vitória de Barack
Obama em 2008, está menos
satisfeita com o democrata e
perdeu interesse pela campanha deste ano, mostra uma
pesquisa do Instituto de Política de Harvard.
Segundo o levantamento,
que ouviu 2.004 eleitores de
18 a 29 anos pelo país entre 24
de setembro e 4 de outubro,
só 27% dos jovens dizem que
vão votar nas legislativas de 2
de novembro.
É uma queda de nove pontos em 11 meses e virtualmente a metade dos 53% que votaram para presidente em
2008, o índice mais alto das
últimas décadas.
"Em 2008, a geração do
milênio assumiu o controle
do seu destino, entrou no
processo político e mudou a
direção do país", disse John
Della Volpe, diretor de pesquisa do instituto.
"Dois anos depois, os desafios que eles enfrentam como geração são enormes",
acrescentou, aludindo à crise
e ao índice de desemprego
nos EUA, que após um pico
estacionou na casa dos 10%.
Após participarem ativamente da campanha de Obama, hoje só 18% dos jovens
se dizem "engajados", contra
24% em novembro, quando
os EUA já estavam mergulhados na crise, diz a pesquisa.
Nascida após 1982, a geração do milênio é vista como
mais engajada do que a geração X, que vai do meio dos
anos 60 ao começo dos 80.
Em termos demográficos, superam a geração anterior na
proporção de 2 para 1 e os
baby-boomers em 1 milhão.
OBAMA NA BERLINDA
O desânimo dos jovens é
uma notícia especialmente
ruim para o Partido Democrata, que pode perder maioria na Câmara e no Senado e
que era preferido por 2 de cada 3 "milenais" em 2008.
Neste ano, segundo a pesquisa de Harvard, a proporção de jovens que escolhem
os democratas caiu para 53%
a 42%. Entre os "milenais"
que se dizem independentes,
48% preferem uma maioria
republicana no Congresso, e
43%, uma democrata.
Mais: a aprovação de Obama nessa fatia da população
ficou abaixo da metade
(49%) pela primeira vez.
O reflexo é que reeleger
Obama em 2012 deixou de ser
opção certeira: se 31% ainda
preferem o democrata, 30%
elegeriam um republicano
genérico, e 39% não fazem
ideia de sua escolha ainda.
Curiosamente, o movimento conservador Tea Party
alavanca o presidente entre
os jovens. Numa disputa com
Newt Gingrich, Obama bateria o ex-deputado por 44% a
14%; já com Sarah Palin, ele
a venceria por 48% a 23%.
A margem de erro é de dois
pontos percentuais em ambas as direções.
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