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EUA enviam observadores a Honduras
Polêmico Instituto Republicano Internacional, que elogiou golpe na Venezuela, terá monitores na eleição de domingo
Informação foi confirmada pela Chancelaria, que treina os enviados e aponta para presença no país também da contrapartida democrata
SÉRGIO DÁVILA
DE WASHINGTON
O IRI (Instituto Republicano
Internacional), que na prática
funciona como o braço para atividades no exterior do Partido
Republicano dos EUA, está enviando observadores para a
eleição presidencial de domingo em Honduras.
A informação foi confirmada
pela Folha no Departamento
de Estado americano, que
aponta que o equivalente democrata, o NDI (Instituto Democrata Nacional, na sigla em
inglês), também estará presente. Os observadores de ambas
as entidades foram treinados
pela Chancelaria americana e
têm custos bancados por verba
federal, via Usaid (sigla em inglês da agência do governo
americano para ajuda externa).
"Por meio da Usaid, os EUA
estão fornecendo assistência
técnica para o Supremo Tribunal Federal [hondurenho], assim como ajudando a bancar a
participação de observadores
domésticos e internacionais",
afirma a Chancelaria. "Esperamos que o tribunal permita que
uma vasta gama de observadores domésticos e internacionais cumpra sua função e entendemos que a corte já se mobilizou para convidar outros
observadores. A prática ampla
aumenta as chances de que as
eleições sejam livres e justas."
O IRI, que tem como presidente o senador John McCain,
tem histórico polêmico na região, por ter elogiado publicamente o golpe de Estado que
derrubou por algumas horas o
presidente venezuelano Hugo
Chávez em 2002, embora depois tenha dado declarações
públicas se recriminando pelo
ato, e por ter supostamente se
envolvido na queda do então
presidente do Haiti, Jean-Bertrand Aristide, em 2004, acusação que a entidade nega.
Procurada para detalhar a
operação em Honduras, a assessoria do instituto não respondera até a conclusão desta
edição.
Já o NDI divulgou comunicado em que confirma o envio
de 20 observadores de diversas
nacionalidades e afirma que a
decisão de participar do pleito,
cuja legitimidade é questionada pela maioria dos países da
região, foi tomada logo após a
assinatura do Acordo Tegucigalpa-San José, em outubro.
"A missão do NDI não se posiciona em relação às grandes
questões políticas [hondurenhas] nem sua presença em
Honduras deve ser encarada
dessa maneira", afirma o texto.
"Pelo contrário, procura prover avaliação imparcial na conduta do processo eleitoral. A
maneira como a eleição será
conduzida vai inevitavelmente
afetar condições para superar
as divisões políticas no país."
Um time de representantes
(deputados federais) republicanos conservadores liderados
por Ileana Ros-Lehtinen (Flórida) também se preparava para viajar a Tegucigalpa e acompanhar as eleições de domingo,
mas até a conclusão da edição
ainda não tinha sido autorizado pela presidente do Congresso, Nancy Pelosi. A democrata
defende que só liberará a viagem em caráter oficial se a comissão for bipartidária.
A ala mais à direita do Partido Republicano apoia o regime
golpista desde a queda de Manuel Zelaya, em 28 de junho.
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