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Obama explica a Lula decisão sobre eleição hondurenha
Americano enviou carta
para Palácio do Planalto
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DE WASHINGTON
Na véspera da chegada de
Mahmoud Ahmadinejad ao
Brasil, o presidente Barack
Obama mandou por fax uma
carta ao seu colega brasileiro,
Luiz Inácio Lula da Silva, em
que trata, entre outros assuntos, da visita polêmica. A correspondência foi enviada no
domingo; o iraniano chegou a
Brasília no dia seguinte.
O conteúdo não foi tornado
público, mas pessoas que tiveram acesso a ela confirmaram
que falava de três outros temas
além de Irã: a posição dos EUA
de apoiar a realização das eleições presidenciais de domingo
em Honduras, a reunião de mudança climática que acontece
em dezembro em Copenhague
e as negociações da Rodada Doha de liberalização do comércio
mundial. Brasília ainda decide
se responderá.
À Folha, um funcionário da
Casa Branca disse: "Temos por
política não confirmar nem
discutir o conteúdo de correspondências diplomáticas". O
Departamento do Estado dos
EUA e a Embaixada do Brasil
em Washington não quiseram
comentar o assunto.
Os quatro temas resumem os
pontos recentes de atritos entre os dois países. Sobre Honduras, os EUA justificaram sua
posição de apoiar as eleições
como maneira de superar a crise do país -a atitude é minoritárias entre os países da região.
Em Brasília, o assessor especial da Presidência para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, resumiu o sentimento da relação bilateral ao
dizer que há um "sabor de decepção" do Brasil com posições
do governo Obama.
Ele citou a posição "equivocada" dos EUA em relação ao
golpe em Honduras, o fim da
Rodada de Doha praticamente
decretada pela carta e a falta de
propostas claras para a Conferência do Clima. "Vemos com
preocupação alguns posicionamentos dos EUA. Entendemos
que o presidente Obama está
enfrentando uma situação
complexa no seu país, com uma
agenda interna complexa, mas
a grande verdade é que isso está provocando uma certa frustração", disse Garcia.
Segundo ele, porém, "o governo brasileiro continua com
expectativas de que possamos
ter um bom relacionamento
com EUA, mas há um certo sabor de decepção que nós queremos que seja revertido".
Garcia disse que o Brasil não
mudará sua posição de apoio
ao presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, e que vê
com preocupação as eleições
marcadas para o próximo domingo. Segundo ele, os EUA
deveriam ter adotado posição
mais dura contra o governo de
facto de Roberto Micheletti.
"Achamos que é uma postura
equivocada, que os EUA poderiam ter usado em determinado momento pressões mais
fortes que eles utilizam em outras circunstâncias para que os
golpistas e Micheletti em particular fossem levados para o
fundo do cenário".
(SIMONE IGLESIAS E SÉRGIO DÁVILA)
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