São Paulo, quarta-feira, 25 de novembro de 2009

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Candidato favorito fecha campanha em ato em estádio

FABIANO MAISONNAVE
ENVIADO ESPECIAL A TEGUCIGALPA

Transporte de eleitores, distribuição de presentes, uso de crianças e um público relativamente modesto marcaram o encerramento da campanha do direitista Porfirio Lobo, o candidato favorito para vencer a eleição presidencial hondurenha de domingo.
O comício reuniu alguns milhares de pessoas anteontem à noite no gramado de um estádio de beisebol de Tegucigalpa, que não chegou a ficar completamente lotado. Muitos dos simpatizantes vieram em dezenas de ônibus fornecidos pelo Partido Nacional.
Foi o caso da dona de casa Rosa Maria Ponce, que viajou por 1h30 junto com seus dois filhos, de 8 e 7 anos, para que eles pudessem ganhar mochilas escolares. Os dois são parte do 1,8 milhão de estudantes de escolas públicas dispensados das aulas desde outubro, um mês antes do fim do ano escolar, por causa da crise política.
"Eles tinham de vir ou não ganhavam a mochila", explica Rosa Maria, acompanhada ainda da mãe e da sogra.
O público, predominantemente pobre, incluía a catadora Rosa Isabel Sirinos, 48. Enquanto os candidatos discursavam, ela recolhia pedaços de pau que sustentavam cartazes políticos. "É para cozinhar", disse ela, que divide a casa com oito parentes desempregados.
No palco, os candidatos tiveram de esperar um show de dançarinos de reggaeton. Em trajes mínimos, animaram o público com coreografias parecidas com o funk carioca.
O último a discursar foi Porfirio Lobo. Mantendo o tom de centro de sua campanha, prometeu um governo com prioridade na "pessoa humana" e só arrancou aplausos mais entusiasmados ao prometer acabar com as greves de professores, que neste ano cruzaram os braços por cerca de dois meses.
O candidato nacionalista tem liderado as pesquisas de opinião para as eleições de domingo, que ainda escolherão o novo Congresso, prefeitos e vereadores. Em segundo lugar está o liberal Elvin Santos, prejudicado pelas disputas internas de seu partido, ao qual estão filiados tanto o presidente deposto em junho, Manuel Zelaya, quanto o interino, Roberto Micheletti.
Vários países, entre os quais o Brasil e a Argentina, afirmam que não reconhecerão as eleições porque Zelaya não foi restituído. Já os Estados Unidos respaldarão o resultado.


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