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Candidato favorito fecha campanha em ato em estádio
FABIANO MAISONNAVE
ENVIADO ESPECIAL A TEGUCIGALPA
Transporte de eleitores, distribuição de presentes, uso de
crianças e um público relativamente modesto marcaram o
encerramento da campanha do
direitista Porfirio Lobo, o candidato favorito para vencer a
eleição presidencial hondurenha de domingo.
O comício reuniu alguns milhares de pessoas anteontem à
noite no gramado de um estádio de beisebol de Tegucigalpa,
que não chegou a ficar completamente lotado. Muitos dos
simpatizantes vieram em dezenas de ônibus fornecidos pelo
Partido Nacional.
Foi o caso da dona de casa
Rosa Maria Ponce, que viajou
por 1h30 junto com seus dois filhos, de 8 e 7 anos, para que eles
pudessem ganhar mochilas escolares. Os dois são parte do 1,8
milhão de estudantes de escolas públicas dispensados das
aulas desde outubro, um mês
antes do fim do ano escolar, por
causa da crise política.
"Eles tinham de vir ou não
ganhavam a mochila", explica
Rosa Maria, acompanhada ainda da mãe e da sogra.
O público, predominantemente pobre, incluía a catadora
Rosa Isabel Sirinos, 48. Enquanto os candidatos discursavam, ela recolhia pedaços de
pau que sustentavam cartazes
políticos. "É para cozinhar",
disse ela, que divide a casa com
oito parentes desempregados.
No palco, os candidatos tiveram de esperar um show de
dançarinos de reggaeton. Em
trajes mínimos, animaram o
público com coreografias parecidas com o funk carioca.
O último a discursar foi Porfirio Lobo. Mantendo o tom de
centro de sua campanha, prometeu um governo com prioridade na "pessoa humana" e só
arrancou aplausos mais entusiasmados ao prometer acabar
com as greves de professores,
que neste ano cruzaram os braços por cerca de dois meses.
O candidato nacionalista tem
liderado as pesquisas de opinião para as eleições de domingo, que ainda escolherão o novo
Congresso, prefeitos e vereadores. Em segundo lugar está o liberal Elvin Santos, prejudicado
pelas disputas internas de seu
partido, ao qual estão filiados
tanto o presidente deposto em
junho, Manuel Zelaya, quanto o
interino, Roberto Micheletti.
Vários países, entre os quais
o Brasil e a Argentina, afirmam
que não reconhecerão as eleições porque Zelaya não foi restituído. Já os Estados Unidos
respaldarão o resultado.
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