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Chávez diz que Colômbia incita guerra
Venezuelano, rompido com Bogotá, acusa governo Uribe e EUA de planejarem "provocação bélica" que pode culminar em confronto
Presidente ameaça derrubar comércio com Colômbia de US$ 6 bilhões para US$ 100 milhões e adotar produtos de Cuba, Brasil e Argentina
FABIANO MAISONNAVE
DE CARACAS
Em mais um sinal de que a
crise diplomática com Bogotá
está longe do fim, o presidente
venezuelano, Hugo Chávez,
acusou ontem os governos colombiano e americano de planejarem uma "provocação bélica" que poderia" acender uma
guerra". "Prepara-se uma uma
provocação [bélica] contra a
Venezuela para nos obrigar a
dar uma resposta que depois
poderia acender uma guerra",
disse Chávez no Palácio Miraflores, durante entrevista coletiva, ao lado do colega nicaragüense, o aliado Daniel Ortega.
O venezuelano disse que
"não é casual" a visita à Colômbia de três altos funcionários
do governo americano nos últimos dias -o último deles, a secretária de Estado, Condoleezza Rice, estava no país ontem.
Segundo Chávez, Uribe, a quem
voltou a chamar de "peão dos
EUA", transformou a Colômbia
"num porta-aviões contra a revolução bolivariana". "Peço a
Uribe que amarre seus loucos."
A acusação de Chávez foi motivada pela pergunta de uma
jornalista da TV Telesur, controlada pelo governo venezuelano, sobre as declarações feitas
horas antes pelo chanceler colombiano, Fernando Araújo,
segundo o qual os dois países
"mantêm uma comunicação"
para que as relações "regressem a seu curso normal".
"Lamentavelmente, tudo indica que [as relações] continuarão se deteriorando, porque as
agressões são infinitas e diárias
contra a Venezuela. Mentiras,
intrigas, patranhas, ameaças",
previu Chávez.
O presidente venezuelano
voltou a dizer que retaliará comercialmente a Colômbia, que
tem no país vizinho seu segundo maior parceiro comercial,
atrás apenas dos EUA.
"Vamos comprar da Nicarágua tudo o que pudermos. E da
Argentina, do Brasil e de Cuba,
[compraremos] muitas coisas
que trazíamos da Colômbia."
Chávez disse que o comércio
bilateral entre os dois países,
que no ano passado chegou a
US$ 6 bilhões, deve despencar
para US$ 100 milhões em 2008.
No início do mês, Chávez reduziu drasticamente a cota de
veículos importados da Colômbia. Ontem, ele anunciou também o congelamento de projetos energéticos bilaterais, que
incluíam a ampliação de um gasoduto transnacional inaugurado no ano passado.
Em dezembro, o governo venezuelano entregou uma lista
de cerca de 80 produtos ao Brasil para serem importados em
caráter de urgência, durante visita do presidente Luiz Inácio
Lula da Silva a Caracas.
Mais liberações
A senadora oposicionista colombiana Piedad Córdoba disse ontem em Caracas à rádio
colombiana RCN que as Farc
(Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) devem soltar
mais reféns nos próximos dias.
Chávez, no entanto, se disse
"pessimista" sobre o tema.
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