São Paulo, quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

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Putin promete retaliação por atentado a aeroporto

Governo russo ainda desconhece autoria do ataque, que deixou 35 mortos

Presidente Medvedev diz que houve "falha sistêmica" e qualifica de "caótico" o esquema de segurança do local

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O premiê da Rússia, Vladimir Putin, prometeu retaliação pelo atentado de anteontem no aeroporto de Domodedovo, o mais movimentado de Moscou, que matou pelo menos 35 e feriu 180.
"Foi um crime abominável pela falta de sentido e pela crueldade. Não tenho dúvida de que será resolvido. A retaliação é inevitável", disse Putin em reunião de ministros.
Nenhuma organização reivindicou o ataque, embora suspeitas recaiam sobre os separatistas de origem islâmica oriundos da região do Cáucaso, ao sul da Rússia.
O presidente do país, Dmitri Medvedev, fez severas críticas à administração de Domodedovo, cuja segurança classificou como "anárquica", e solicitou ao Ministério do Interior que identifique e puna as autoridades responsáveis pela "falha sistêmica" na proteção dos usuários.
Em 2004, no mesmo aeroporto, duas mulheres-bomba tchetchenas conseguiram entrar em dois aviões após terem sido liberadas pelos policiais e mataram 90 pessoas.
Medvedev, que deveria estar em Davos hoje para falar na abertura do Fórum Econômico Mundial (leia texto ao lado), adiou sua viagem à Suíça em razão do atentado. "Vamos fazer de tudo para encontrar e levar à Justiça os criminosos responsáveis, e os esconderijos deles serão destruídos", afirmou ele.
Rebeldes das repúblicas na região do Cáucaso, de maioria muçulmana, vêm ameaçando atacar cidades da Rússia antes das eleições parlamentares no país, marcadas para dezembro.
As ameaças reforçam a indefinição sobre o pleito presidencial do ano que vem: não se sabe ainda se Putin tentará voltar à Presidência ou optará por apoiar a reeleição de Medvedev, seu protegido.

REPERCUSSÃO EXTERNA
Relatos sobre a explosão, que atingiu a área de resgate de bagagens do aeroporto, ainda divergem. As investigações trabalham com as hipóteses de que a ação tenha sido obra de um homem-bomba, uma mulher-bomba ou mesmo dois terroristas.
Para analistas, a escolha do setor de desembarque de voos internacionais em Domodedovo indica que a intenção dos terroristas era fazer o ataque repercutir para além das fronteiras do país.
Segundo o Ministério para Situações de Emergência, a lista de mortos no atentado inclui oito estrangeiros: dois ingleses, um alemão e cidadãos de Bulgária, Ucrânia, Quirguistão, Tadjiquistão e Uzbequistão.
O Reino Unido confirmou a morte de um inglês, o consultor imobiliário Gordon Cousland, 39. Ele tinha uma filha de seis meses de idade e planejava se casar em abril.


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