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Só "desarmamento total" evita a guerra, diz Bush
DA REDAÇÃO
O presidente dos EUA, George
W. Bush, disse ontem que só um
"desarmamento total" do Iraque
pode impedir uma guerra. Ele fez
um chamado à ONU para que
"cumpra com sua palavra" e aja
contra Saddam Hussein. Destacou, porém, que a aprovação da
nova proposta de resolução na
ONU não é "essencial" para o início de uma ofensiva armada.
"Não creio que precisamos de
uma segunda resolução", disse
Bush, lembrando que resolução
de novembro do Conselho de Segurança (CS) já previa "graves
consequências" se Bagdá não
cooperasse com a ONU.
Em encontro nesta semana em
Moscou, o subsecretário de Estado John Bolton disse à Rússia que
os EUA "seguirão adiante", com
ou sem o apoio do CS. Um diplomata de um país do CS disse ao
diário "Washington Post" ter escutado de altos funcionários americanos que a decisão sobre ir à
guerra no Iraque já foi tomada.
"Vocês não vão decidir se haverá guerra no Iraque ou não", teriam dito os americanos a esse diplomata. "Essa decisão é nossa e
já foi tomada. Ela já é final. A única questão agora é se o Conselho a
acompanhará ou não."
Ari Fleischer, porta-voz da Casa
Branca, disse que, na visão de
Bush, as inspeções da ONU ainda
não entraram num "beco sem saída". Para Fleischer, ainda há uma
"pequena chance" de que a guerra
seja evitada por meio da pressão
internacional sobre o Iraque.
Mas, segundo ele, as notícias do
chefe dos inspetores, Hans Blix,
de que Bagdá achou armas biológicas é mais uma prova de que o
Iraque não pretende se desarmar.
"Levando em conta que uma arma foi encontrada hoje [ontem],
4.294 dias depois de dadas as ordens para a destruição de todas as
armas, ficam dúvidas sobre se o
Iraque pensa em cumprir algum
dia o desarmamento", afirmou.
O premiê britânico, Tony Blair,
declarou que Bagdá tem "uma última chance" para atender às exigências da ONU. Falando ao Parlamento, disse que Londres não
levará à votação no CS imediatamente a nova proposta de resolução, apresentada ontem, dando a
Saddam Hussein uma oportunidade final para se desarmar.
O senador americano Peter
Fitzgerald (republicano) disse ter
ouvido de Bush que ele poderia
ordenar o assassinato de Saddam
se as forças americanas "tiverem
uma boa oportunidade". Indagado sobre o tema, o porta-voz da
Casa Branca foi evasivo: "O presidente não se lembra se disse isso
ou não. Seus assessores não se
lembram que ele tenha dito isso."
Fleischer disse ainda que "a ordem executiva está vigente" mas
que "o mundo estaria melhor sem
Saddam Hussein". Em 1976, o então presidente Gerald Ford emitiu
uma ordem que proíbe funcionários dos EUA de se envolver no assassinato de líderes estrangeiros.
O general Eric K. Shinseki disse
que a força de ocupação do Iraque
(após a guerra) deverá ter várias
centenas de milhares de homens.
Com agências internacionais
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