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São Paulo, quarta-feira, 26 de fevereiro de 2003

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Washington minimiza teste de míssil norte-coreano

DA REDAÇÃO

Num momento em que os EUA são criticados por dar muita atenção ao Iraque e pouca à Coréia do Norte, o secretário de Estado americano, Colin Powell, minimizou o teste de um míssil de curto alcance realizado por Pyongyang - horas antes da posse do novo presidente sul-coreano, Roh Moo-hyun, à qual Powell estava presente-, dizendo ontem que se tratava de algo "relativamente inócuo", pois "já estava previsto".
Powell disse ainda que a Coréia do Norte tinha preferido não reativar "seu reator nuclear ou sua estação de reprocessamento" de material nuclear, em Yongbyon. "Creio que estejamos diante de uma decisão sábia se se tratar de uma decisão consciente."
O governo norte-coreano não confirmou a notícia, mas, segundo a agência de notícias sul-coreana Yonhap, exortou os militares e a população do país a preparar-se para a guerra. Pyongyang disse, recentemente, que já reativara seu reator nuclear, mas salientou que seu uso se limitava à produção de eletricidade. A estação de reprocessamento seria, em tese, capaz de enriquecer plutônio. O plutônio enriquecido pode ser usado em armas nucleares.
Segundo Powell, que anunciou que os EUA enviarão mais 40 mil toneladas de alimentos aos norte-coreanos e culpou Pyongyang pela fome no país, Washington acredita que "todo o cenário político" do noroeste asiático venha a sofrer uma grave transformação se Pyongyang demonstrar que pretende produzir armas nucleares.
O secretário da Defesa, Donald Rumsfeld, afirmou que a ameaça norte-coreana "acabaria rapidamente se os EUA estivessem dispostos a pagar" para resolver a crise. Diferentemente do que disse Powell, ele declarou que Washington sabe que Pyongyang quer "produzir material nuclear que poderia ser vendido" e exortou a ONU a ajudar a resolver o problema, já que o programa nuclear norte-coreano é uma ameaça para o mundo, não só para os EUA.
A Casa Branca disse que o teste era um modo de os norte-coreanos pleitearem um "pagamento" para pôr fim à disputa. O míssil, disparado ontem (anteontem à noite, em Brasília), passou por cima do território sul-coreano horas antes da posse de Roh.
"Tipicamente, em momentos festivos, a maioria dos países manda flores ou autoridades para acompanhar o evento, mas a Coréia do Norte enviou um míssil de curto alcance", afirmou o porta-voz da Casa Branca, Ari Fleischer. "Eis o motivo por que o país se encontra tão isolado", acrescentou.
Roh declarou, durante sua posse, que o suposto programa nuclear norte-coreano é uma "grave ameaça para a paz mundial".


Com agências internacionais


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