|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Washington minimiza teste de míssil norte-coreano
DA REDAÇÃO
Num momento em que os EUA
são criticados por dar muita atenção ao Iraque e pouca à Coréia do
Norte, o secretário de Estado
americano, Colin Powell, minimizou o teste de um míssil de curto
alcance realizado por Pyongyang
- horas antes da posse do novo
presidente sul-coreano, Roh
Moo-hyun, à qual Powell estava
presente-, dizendo ontem que
se tratava de algo "relativamente
inócuo", pois "já estava previsto".
Powell disse ainda que a Coréia
do Norte tinha preferido não reativar "seu reator nuclear ou sua
estação de reprocessamento" de
material nuclear, em Yongbyon.
"Creio que estejamos diante de
uma decisão sábia se se tratar de
uma decisão consciente."
O governo norte-coreano não
confirmou a notícia, mas, segundo a agência de notícias sul-coreana Yonhap, exortou os militares e
a população do país a preparar-se
para a guerra. Pyongyang disse,
recentemente, que já reativara seu
reator nuclear, mas salientou que
seu uso se limitava à produção de
eletricidade. A estação de reprocessamento seria, em tese, capaz
de enriquecer plutônio. O plutônio enriquecido pode ser usado
em armas nucleares.
Segundo Powell, que anunciou
que os EUA enviarão mais 40 mil
toneladas de alimentos aos norte-coreanos e culpou Pyongyang pela fome no país, Washington acredita que "todo o cenário político"
do noroeste asiático venha a sofrer uma grave transformação se
Pyongyang demonstrar que pretende produzir armas nucleares.
O secretário da Defesa, Donald
Rumsfeld, afirmou que a ameaça
norte-coreana "acabaria rapidamente se os EUA estivessem dispostos a pagar" para resolver a
crise. Diferentemente do que disse Powell, ele declarou que Washington sabe que Pyongyang quer
"produzir material nuclear que
poderia ser vendido" e exortou a
ONU a ajudar a resolver o problema, já que o programa nuclear
norte-coreano é uma ameaça para o mundo, não só para os EUA.
A Casa Branca disse que o teste
era um modo de os norte-coreanos pleitearem um "pagamento"
para pôr fim à disputa. O míssil,
disparado ontem (anteontem à
noite, em Brasília), passou por cima do território sul-coreano horas antes da posse de Roh.
"Tipicamente, em momentos
festivos, a maioria dos países
manda flores ou autoridades para
acompanhar o evento, mas a Coréia do Norte enviou um míssil de
curto alcance", afirmou o porta-voz da Casa Branca, Ari Fleischer.
"Eis o motivo por que o país se encontra tão isolado", acrescentou.
Roh declarou, durante sua posse, que o suposto programa nuclear norte-coreano é uma "grave
ameaça para a paz mundial".
Com agências internacionais
Texto Anterior: Turquia sugere 60 mil soldados dos EUA no país Próximo Texto: Venezuela: Vice de Chávez diz que a oposição quebrou Índice
|