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São Paulo, quarta-feira, 26 de fevereiro de 2003

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OUTRO LADO

É "romance de espionagem", diz diretor acusado

DE PARIS

A principal resposta do "Monde" ao livro que pretende denunciar as estratégias de poder e financeiras do jornal foi escrita por uma das vítimas da obra, o diretor de Redação Edwy Plenel. Ele chama o livro de "romance de espionagem".
No título, utiliza uma interrogação: "Le Monde" é um perigo para a democracia?".
Plenel foca mais no modo de abordagem dos autores, buscando traçar um perfil ideológico, do que nas denúncias em si. Ele ressalta como Péan e Cohen insistem na "francofobia" da atual diretoria do jornal e na idéia de que o "Monde" estaria se aplicando na tarefa de "denegrir a França".
Ele indica como os autores insistem no fato de o diretor da empresa, Jean-Marie Colombani, ser corso, não francês. Como Alain Minc, do Conselho de Fiscalização, é tomado por símbolo do capital mundializado. E como ele próprio, Plenel, além de trotskista, é apontado como agente da CIA.
Para Plenel, o objetivo do livro é "explícito": "Provocar uma crise interna no "Monde" e impedir que ele consiga federar em torno de si um grupo de imprensa independente".
A polêmica vai durar. Ela tem enorme alcance na França, onde o "Monde" é mais do que um jornal: é uma instituição, desde a sua fundação, em 1944, no momento seguinte à libertação de Paris. Desde então, os principais debates do país foram travados em suas páginas.
Para Plenel, acusações contra o "novo "Monde'" não seriam novidade -e esta mesma expressão já teria sido usada nos anos 50. "Péan e Cohen se enganaram de época", diz o diretor de Redação.


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