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OUTRO LADO
É "romance de espionagem", diz diretor acusado
DE PARIS
A principal resposta do
"Monde" ao livro que pretende
denunciar as estratégias de poder e financeiras do jornal foi
escrita por uma das vítimas da
obra, o diretor de Redação
Edwy Plenel. Ele chama o livro
de "romance de espionagem".
No título, utiliza uma interrogação: "Le Monde" é um perigo para a democracia?".
Plenel foca mais no modo de
abordagem dos autores, buscando traçar um perfil ideológico, do que nas denúncias em
si. Ele ressalta como Péan e Cohen insistem na "francofobia"
da atual diretoria do jornal e na
idéia de que o "Monde" estaria
se aplicando na tarefa de "denegrir a França".
Ele indica como os autores
insistem no fato de o diretor da
empresa, Jean-Marie Colombani, ser corso, não francês.
Como Alain Minc, do Conselho de Fiscalização, é tomado
por símbolo do capital mundializado. E como ele próprio,
Plenel, além de trotskista, é
apontado como agente da CIA.
Para Plenel, o objetivo do livro é "explícito": "Provocar
uma crise interna no "Monde" e
impedir que ele consiga federar
em torno de si um grupo de imprensa independente".
A polêmica vai durar. Ela tem
enorme alcance na França, onde o "Monde" é mais do que
um jornal: é uma instituição,
desde a sua fundação, em 1944,
no momento seguinte à libertação de Paris. Desde então, os
principais debates do país foram travados em suas páginas.
Para Plenel, acusações contra
o "novo "Monde'" não seriam
novidade -e esta mesma expressão já teria sido usada nos
anos 50. "Péan e Cohen se enganaram de época", diz o diretor de Redação.
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