|
Próximo Texto | Índice
Plano permitiria ataque ao Irã em 24 horas, diz revista
Segundo "New Yorker", grupo especial do Pentágono recebeu instruções de Bush
Arábia Saudita estaria
financiando operações
especiais; Teerã anuncia
teste do seu primeiro
satélite, mas pode ser blefe
DA REDAÇÃO
A televisão estatal iraniana
anunciou ontem que o Irã havia
"lançado com sucesso" seu primeiro foguete espacial. Mas
não forneceu imagens do lançamento ou outros detalhes
técnicos que dariam à informação maior credibilidade.
A BBC relata que nenhuma
das potências com satélites de
espionagem detectou indícios
do lançamento iraniano, o que
reforça a possibilidade de o Irã
estar blefando, ou, então, de o
teste ter envolvido um lançador ainda incapaz de colocar algum objeto em órbita.
O diretor do Centro de Pesquisas Aeroespaciais do Irã,
Mohsen Bahrami, disse que o
foguete transportava material
de pesquisa produzido conjuntamente pelos ministérios da
Defesa e da Ciência.
Mas pouco depois um dos
seus adjuntos, Ali Akbar Golrou, disse a uma agência iraniana que o foguete lançado tinha
características "suborbitais".
Ou seja, atingiu uma altura inferior a 150 quilômetros, de onde o material transportado caiu
de volta com pára-quedas.
O jornal francês "Le Monde"
diz que, para o Irã, a prioridade
é se colocar como uma potência
regional, capaz de sobreviver
em termos tecnológicos às sanções aplicadas pela ONU desde
dezembro, e que deverão ser
agora ampliadas, em razão de
seu programa nuclear.
O experimento de ontem não
foi objeto de reações dos Estados Unidos, da ONU, de Israel
ou da União Européia, sempre
atentos às movimentações iranianas de dimensão militar.
A notícia sobre o suposto foguete iraniano precede a abertura, hoje em Londres, de reunião em que a Alemanha e os
cinco membros permanentes
do Conselho de Segurança discutirão novas sanções contra o
Irã, em razão do relatório da
Agência Internacional de Energia Atômica, que na semana
passada indicou que aquele
país não havia interrompido o
enriquecimento de urânio.
O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, disse que
seu país não iria recuar e comparou o programa nuclear a um
trem que só anda para frente e
não é equipado de freio ou dispositivo para marcha a ré.
Comentando a bravata, a secretária de Estado americana,
Condoleezza Rice, afirmou em
Washington que o Irã precisava
equipar seu programa com um
botão com a inscrição "stop".
"Preparativos militares"
A revista "New Yorker" publica nesta semana reportagem
que afirma ter sido criado, dentro do Pentágono, um grupo especial que, depois de um sinal
verde da Casa Branca, desencadearia em 24 horas uma operação para bombardear e destruir
as instalações nucleares do Irã.
Assinada por Seymour Hersh
-que se notabilizou por suas
fontes nos meios militares-, a
reportagem afirma que, como
parte de uma mudança na política em relação ao Irã, o grupo
especial foi instruído a ampliar
seus alvos para incluir, além de
instalações ligadas ao programa nuclear iraniano, locais que
podem estar conectados à ajuda iraniana aos xiitas do Iraque.
De acordo com Hersh, a nova
política inclui também o apoio
a grupos radicais sunitas, mesmo que eles sejam simpáticos à
Al Qaeda, e operações das Forças Especiais (comandos clandestinos) em território iraniano para capturar agentes. As
operações secretas estão sendo
financiadas pela Arábia Saudita, diz a reportagem, para evitar
o escrutínio do Congresso.
Bryan Whitman, um dos porta-vozes do Pentágono, afirmou ser "um equívoco" qualquer hipótese que não seja a das
pressões diplomáticas.
Mas o vice-presidente, Dick
Cheney, partidário da solução
militar, disse ainda na última
sexta-feira que "todas as cartas
estão sobre a mesa".
Sete países islâmicos -Egito,
Indonésia, Jordânia, Malásia,
Arábia Saudita, Turquia e Paquistão- pediram ontem prioridade às negociações e rejeitaram a opção militar.
Com agências internacionais
Próximo Texto: Países árabes do golfo alardeiam compra de armas Índice
|