São Paulo, segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

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Israel decreta toque de recolher em Nablus

Incursão militar na cidade é a maior desde 2004

DA REDAÇÃO

Forças israelenses deixaram ontem 30 mil palestinos sob toque de recolher durante incursão militar realizada na cidade de Nablus, na Cisjordânia -região ocupada por Israel desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967.
A operação, que havia começado anteontem, foi intensificada depois que o Exército disse ter encontrado um laboratório de fabricação de explosivos. Desde o início do ano passado, forças israelenses anunciaram a descoberta de nove laboratórios desse tipo na Cisjordânia, sendo seis deles em Nablus.
Os armamentos aparentemente pertencem ao Exército de Israel. Não foi esclarecido se foram roubados ou comprados.
Cerca de cem veículos militares se deslocaram para Nablus, fechando as principais saídas da cidade. Tropas fizeram uma varredura na cidade antiga, onde há mercados e residências.
Segundo o prefeito da cidade, Kamal Al Sheikh, foi a maior operação israelense em Nablus desde 2004. O Exército usou balas de borracha e gás lacrimogêneo contra palestinos que atiravam pedras e blocos de cimento. Dois soldados israelenses ficaram levemente feridos e seis palestinos machucados por balas de borracha. Dois palestinos foram presos e mais de 30 foram detidos para interrogatório, mas a maior parte deles foi liberada no fim do dia.
Israel não deu prazo para o fim das operações. Moradores de Nablus afirmaram que os homens procurados são membros da Brigada de Mártires de Al-Aqsa, ligada ao partido secular Fatah, e ao grupo Jihad Islâmico, responsável pelo ataque suicida que matou três pessoas em Israel no dia 29 de janeiro.
Dirigentes palestinos afirmaram que a incursão pode prejudicar a tentativa de retomada de negociações com Israel. "Isso deve minar os esforços que estão sendo feitos para manter o cessar-fogo [em vigor há três meses]", afirmou Saeb Erekat, assessor do presidente Mahmoud Abbas.
Em Israel, a organização de direitos humanos B"Tselem denunciou que a Marinha do país está intimidando pescadores da faixa de Gaza. Pelo menos dez palestinos foram parados, obrigados a despir-se e a nadar até navios nos últimos meses.


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