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Israel decreta toque de recolher em Nablus
Incursão militar na cidade é a maior desde 2004
DA REDAÇÃO
Forças israelenses deixaram
ontem 30 mil palestinos sob toque de recolher durante incursão militar realizada na cidade
de Nablus, na Cisjordânia -região ocupada por Israel desde a
Guerra dos Seis Dias, em 1967.
A operação, que havia começado anteontem, foi intensificada depois que o Exército disse ter encontrado um laboratório de fabricação de explosivos.
Desde o início do ano passado,
forças israelenses anunciaram
a descoberta de nove laboratórios desse tipo na Cisjordânia,
sendo seis deles em Nablus.
Os armamentos aparentemente pertencem ao Exército
de Israel. Não foi esclarecido se
foram roubados ou comprados.
Cerca de cem veículos militares se deslocaram para Nablus,
fechando as principais saídas
da cidade. Tropas fizeram uma
varredura na cidade antiga, onde há mercados e residências.
Segundo o prefeito da cidade,
Kamal Al Sheikh, foi a maior
operação israelense em Nablus
desde 2004. O Exército usou
balas de borracha e gás lacrimogêneo contra palestinos que
atiravam pedras e blocos de cimento. Dois soldados israelenses ficaram levemente feridos e
seis palestinos machucados por
balas de borracha. Dois palestinos foram presos e mais de 30
foram detidos para interrogatório, mas a maior parte deles
foi liberada no fim do dia.
Israel não deu prazo para o
fim das operações. Moradores
de Nablus afirmaram que os
homens procurados são membros da Brigada de Mártires de
Al-Aqsa, ligada ao partido secular Fatah, e ao grupo Jihad Islâmico, responsável pelo ataque
suicida que matou três pessoas
em Israel no dia 29 de janeiro.
Dirigentes palestinos afirmaram que a incursão pode prejudicar a tentativa de retomada
de negociações com Israel. "Isso deve minar os esforços que
estão sendo feitos para manter
o cessar-fogo [em vigor há três
meses]", afirmou Saeb Erekat,
assessor do presidente Mahmoud Abbas.
Em Israel, a organização de
direitos humanos B"Tselem denunciou que a Marinha do país
está intimidando pescadores
da faixa de Gaza. Pelo menos
dez palestinos foram parados,
obrigados a despir-se e a nadar
até navios nos últimos meses.
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