São Paulo, terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Para EUA, continua tudo igual na ilha

SÉRGIO DÁVILA
DE WASHINGTON

Embora em tom oficialmente mais moderado, o Departamento de Estado americano ecoou a Casa Branca ontem ao dizer que tudo continua igual em Cuba, mesmo após a sucessão presidencial de domingo. O porta-voz da Chancelaria citou a música de um grupo de rock para esclarecer a posição.
"Infelizmente, o povo cubano merece mais do que a passagem de um negócio de família ditatorial entre os irmãos Castro", disse Tom Casey. "Usei uma analogia hoje cedo de uma música do The Who, "Meet the new boss, he's the same as the old boss" (conheça o novo chefe, é igual ao velho)", disse, referindo-se a "Won"t Get Fooled Again", de 1971.
Balada semelhante repetiu a porta-voz da Casa Branca, Dana Perino: "A única coisa que mudou foi o surgimento de um novo líder, mas não há indício de que ao povo cubano será permitido buscar um futuro livre e próspero". Sobre o embargo imposto em 1962, "a posição do presidente não mudou".
As duas falas foram alguns graus acima da declaração da secretária de Estado, Condoleezza Rice, divulgada já no domingo, e de Thomas Shannon, número 1 do Departamento de Estado para a América Latina. A chanceler exortou a "comunidade internacional" a se envolver no processo de redemocratização, e o diplomata, afirmou haver "potencial de mudança" em Cuba.
"Cuba começa a se mover em direção à mudança", disse à Folha o historiador Peter Kornbluh, diretor do Centro de Documentação de Cuba da Universidade George Washington. "Agora, falta os EUA fazerem o mesmo em relação ao país."


Texto Anterior: Raúl adia troca de gabinete, mas promove general-empresário
Próximo Texto: Visando eleição, Putin dá a Medvedev missão popular na Sérvia
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.