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Para EUA, continua tudo igual na ilha
SÉRGIO DÁVILA
DE WASHINGTON
Embora em tom oficialmente mais moderado, o
Departamento de Estado
americano ecoou a Casa
Branca ontem ao dizer que
tudo continua igual em
Cuba, mesmo após a sucessão presidencial de domingo. O porta-voz da
Chancelaria citou a música de um grupo de rock para esclarecer a posição.
"Infelizmente, o povo
cubano merece mais do
que a passagem de um negócio de família ditatorial
entre os irmãos Castro",
disse Tom Casey. "Usei
uma analogia hoje cedo de
uma música do The Who,
"Meet the new boss, he's
the same as the old boss"
(conheça o novo chefe, é
igual ao velho)", disse, referindo-se a "Won"t Get
Fooled Again", de 1971.
Balada semelhante repetiu a porta-voz da Casa
Branca, Dana Perino: "A
única coisa que mudou foi
o surgimento de um novo
líder, mas não há indício
de que ao povo cubano será permitido buscar um
futuro livre e próspero".
Sobre o embargo imposto
em 1962, "a posição do
presidente não mudou".
As duas falas foram alguns graus acima da declaração da secretária de Estado, Condoleezza Rice,
divulgada já no domingo, e
de Thomas Shannon, número 1 do Departamento
de Estado para a América
Latina. A chanceler exortou a "comunidade internacional" a se envolver no
processo de redemocratização, e o diplomata, afirmou haver "potencial de
mudança" em Cuba.
"Cuba começa a se mover em direção à mudança", disse à Folha o historiador Peter Kornbluh, diretor do Centro de Documentação de Cuba da Universidade George Washington. "Agora, falta os
EUA fazerem o mesmo em
relação ao país."
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