São Paulo, quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

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Irã inicia testes em sua primeira usina nuclear

DO "NEW YORK TIMES", EM TEERÃ

Sob pressão internacional intensa em torno de seu programa nuclear, o Irã deu início ontem a testes em sua primeira usina nuclear, no porto meridional de Bushehr. Segundo autoridades citadas pela agência estatal Isna, foram usados bastões de combustível simulado no lugar de combustível nuclear para testar a usina de mil megawatts e construção russa.
O diretor da agência nuclear russa, Sergei V. Kiriyenko, que visitou o Irã para acompanhar o teste, afirmou que a etapa de construção está concluída. "Estamos agora na etapa de preparo prévio, que é uma combinação de procedimentos complexos", disse ele, conforme a Isna.
Kiriyenko declarou que a usina se aproxima dos "estágios finais antes do lançamento", mas que não está claro quando serão inseridos os bastões de combustível nuclear.
Moscou vem fornecendo o combustível sob acordo com a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica, ligada à ONU), que mantém o material lacrado. Em relatório divulgado na semana passada, a agência disse que o Irã pretende começar a carregar os reatores no próximo trimestre.
A construção da usina de Bushehr começou nos anos 70, sob a direção de uma empresa alemã, mas foi suspensa após a Revolução Islâmica, em 1979.
Em 1994 Moscou aceitou terminar a obra, baseada num projeto russo. Mas a pressão ocidental contra o programa nuclear iraniano e a dificuldade em unificar os projetos alemão e russo levaram ao adiamento.
Os EUA e alguns países ocidentais acusam o Irã de buscar armas nucleares -Teerã diz que quer produzir energia.
Inicialmente Washington se opôs à atuação russa em construir o reator e fornecer combustível, mas depois mudou de posição em troca do apoio de Moscou para impor as primeiras sanções da ONU ao Irã.
Na última semana, as atenções se voltaram à usina nuclear de Natanz, onde, segundo anunciou a AIEA, o Irã tinha enriquecido 50% a mais de urânio do que declarara.
Os inspetores da agência também disseram pela primeira vez que a quantidade de urânio acumulada por Teerã, mais de uma tonelada, seria suficiente para produzir uma bomba. Entretanto o material teria de ser mais purificado -passo para o qual a tecnologia que Teerã declara é insuficiente.


Tradução de CLARA ALLAIN


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