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Irã inicia testes em sua primeira usina nuclear
DO "NEW YORK TIMES", EM TEERÃ
Sob pressão internacional intensa em torno de seu programa nuclear, o Irã deu início ontem a testes em sua primeira
usina nuclear, no porto meridional de Bushehr. Segundo
autoridades citadas pela agência estatal Isna, foram usados
bastões de combustível simulado no lugar de combustível nuclear para testar a usina de mil
megawatts e construção russa.
O diretor da agência nuclear
russa, Sergei V. Kiriyenko, que
visitou o Irã para acompanhar
o teste, afirmou que a etapa de
construção está concluída. "Estamos agora na etapa de preparo prévio, que é uma combinação de procedimentos complexos", disse ele, conforme a Isna.
Kiriyenko declarou que a usina se aproxima dos "estágios finais antes do lançamento", mas
que não está claro quando serão inseridos os bastões de
combustível nuclear.
Moscou vem fornecendo o
combustível sob acordo com a
AIEA (Agência Internacional
de Energia Atômica, ligada à
ONU), que mantém o material
lacrado. Em relatório divulgado na semana passada, a agência disse que o Irã pretende começar a carregar os reatores no
próximo trimestre.
A construção da usina de
Bushehr começou nos anos 70,
sob a direção de uma empresa
alemã, mas foi suspensa após a
Revolução Islâmica, em 1979.
Em 1994 Moscou aceitou terminar a obra, baseada num
projeto russo. Mas a pressão
ocidental contra o programa
nuclear iraniano e a dificuldade
em unificar os projetos alemão
e russo levaram ao adiamento.
Os EUA e alguns países ocidentais acusam o Irã de buscar
armas nucleares -Teerã diz
que quer produzir energia.
Inicialmente Washington se
opôs à atuação russa em construir o reator e fornecer combustível, mas depois mudou de
posição em troca do apoio de
Moscou para impor as primeiras sanções da ONU ao Irã.
Na última semana, as atenções se voltaram à usina nuclear de Natanz, onde, segundo
anunciou a AIEA, o Irã tinha
enriquecido 50% a mais de urânio do que declarara.
Os inspetores da agência
também disseram pela primeira vez que a quantidade de urânio acumulada por Teerã, mais
de uma tonelada, seria suficiente para produzir uma bomba. Entretanto o material teria
de ser mais purificado -passo
para o qual a tecnologia que
Teerã declara é insuficiente.
Tradução de CLARA ALLAIN
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