São Paulo, sábado, 26 de fevereiro de 2011

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Navio que leva 148 brasileiros deve deixar a Líbia hoje

Transportados são funcionários da Queiroz Galvão; mau tempo impediu retirada ontem, e travessia até Atenas deve levar 17 horas

VAGUINALDO MARINHEIRO
ENVIADO ESPECIAL A ATENAS

Após quase dois dias na fila, o navio que partiu de Atenas na quarta-feira para resgatar brasileiros em Benghazi, segunda maior cidade líbia, conseguiu atracar.
Os 148 brasileiros que esperam para deixar o país enfim embarcaram. Mas o mau tempo impediu que o navio deixasse o porto. A previsão é que isso aconteça hoje.
A viagem até Atenas deve demorar 17 horas.
Além dos brasileiros -todos funcionários da empreiteira Queiroz Galvão e seus familiares-, estão a bordo 48 portugueses, 13 espanhóis e 1 tunisiano, que também trabalham para a empresa.
Os brasileiros estão sem passaportes, que, pelas leis da Líbia, ficam retidos na capital, Trípoli. Em Atenas, receberão nova documentação para viajar ao Brasil, em voos fretados pela construtora.
Segundo a Embaixada do Brasil em Atenas, todos os brasileiros estão bem, apesar de relatos do clima de guerra em Benghazi no início da semana, quando houve conflito entre rebeldes e forças leais a Muammar Gaddafi.
Em nota, o Itamaraty informou que todo o pessoal brasileiro da empresa Odebrecht foi transportado em dois aviões jumbo anteontem. O grupo está em Malta.
O ministério diz ainda que, de Trípoli, já partiram em diferentes voos todos os funcionários da Petrobras e da Andrade Gutierrez. Segundo o Itamaraty, continuam na capital um diretor da Queiroz Galvão, os funcionários da embaixada e o embaixador, George Ney de Souza.

CORRUPÇÃO
Outros países também tentam tirar seus cidadãos da Líbia. Uma das causas do atraso do navio com os brasileiros foi um barco turco, com capacidade para 4.000.
Já o Reino Unido está sendo acusado de pagar propina para acelerar a saída de britânicos do país. O governo nega que se trate de corrupção e afirma que os funcionários do aeroporto de Trípoli sempre cobraram taxas para prestar alguns serviços.
"Na atual situação, o valor dessas taxas aumentou. Temos de pagar. A alternativa é manter centenas de britânicos presos em Trípoli", disse porta-voz da Chancelaria.
O premiê David Cameron pediu desculpas por ter sido lento na retirada e afirmou que agora estão sendo feitos todos os esforços para garantir uma saída segura.
Depois três dias de atrasos devido ao mau tempo, um navio conseguiu ontem fazer a retirada de cerca de 167 cidadãos americanos, que foram levados a Malta, além de outros estrangeiros.


Com agências de notícias


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