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OPINIÃO
Maioria já acha que guerra contra Iraque será longa e custosa, após baixas e capturas
Otimismo de americanos despenca
DE NOVA YORK
A maioria dos americanos agora acha que a guerra contra o Iraque será longa e custosa. Pesquisa
divulgada ontem mostra que as
baixas sofridas no front e a tomada de reféns pelos iraquianos tiveram efeito devastador sobre a opinião pública nos EUA.
Pelo levantamento, realizado na
segunda-feira, 53% dos americanos acreditam que o conflito será
"longo e custoso", enquanto 43%
apostam numa performance "rápida e com sucesso". No dia anterior, antes das notícias negativas
terem sido digeridas, o resultado
fora justamente o oposto.
As imagens de americanos
mortos ou sob custódia do inimigo foram divulgadas pela TV iraquiana no domingo. Poucas foram reproduzidas nos EUA, já
que as principais emissoras e jornais atenderam a um pedido do
Departamento de Defesa para que
elas não fossem mostradas.
Ainda assim, mostra a pesquisa
feita pela rede CBS e pelo jornal
"The New York Times", o impacto das notícias sobre os americanos foi grande.
Em outra pergunta, por exemplo, o levantamento quis saber
dos entrevistados como eles
acham que a guerra está se desenvolvendo para os EUA.
"Muito bem", disseram 32%
das pessoas na segunda-feira. Um
dia antes, essa fora a resposta de
44% dos entrevistados.
Os ânimos americanos estão
bem menos otimistas do que se
mostravam na Guerra do Golfo,
em 1991. Logo após o início daquele conflito, 61% da população
achava que a guerra se desenvolvia "muito bem" -alguns dias
depois, o número também caiu,
foi para 50%, mesmo assim muito
superior ao patamar estabelecido
agora.
Quando instigados a delimitar a
duração da guerra, os entrevistados também mostraram pessimismo crescente. Agora, 62%
prevêem que ela se desenvolverá
durante "muitos meses". No domingo, 53% pensavam assim.
Nos primeiros dias após o início
dos ataques, na quarta-feira da semana passada, o grupo era menor
ainda: 42%.
A pesquisa mostra ainda que há
cada vez mais americanos achando que é preciso mais força ainda
no ataque ao Iraque. Os que
acham que o poder de fogo atual
não é suficiente crescem seguidamente: pularam de 20% (sábado)
para 33% (domingo) e, na segunda, chegaram a 36%.
Aprovação estável
A despeito do pessimismo após
os reveses, o apoio à guerra e a
aprovação ao presidente George
W. Bush mostraram-se mais estabilizados entre a população.
Em relação ao primeiro item, os
que dizem aprovar a guerra caíram de 80% para 75% do domingo para a segunda, dentro da margem de erro, que é cinco pontos
percentuais para cima ou para
baixo. A popularidade de Bush,
por sua vez, variou apenas um
ponto percentual para baixo, ficando em 70%.
Bush foi ontem ao Pentágono e
disse que não se pode prever a duração da guerra. "Embora saibamos o resultado", completou.
Ele pediu ao Congresso que
aprove rapidamente seu pedido
de verbas para a guerra -a Casa
Branca pediu US$ 75 bilhões para
financiar o ataque. "A necessidade é urgente", afirmou.
(RD)
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