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São Paulo, quarta-feira, 26 de março de 2003

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OPINIÃO

Maioria já acha que guerra contra Iraque será longa e custosa, após baixas e capturas

Otimismo de americanos despenca

DE NOVA YORK

A maioria dos americanos agora acha que a guerra contra o Iraque será longa e custosa. Pesquisa divulgada ontem mostra que as baixas sofridas no front e a tomada de reféns pelos iraquianos tiveram efeito devastador sobre a opinião pública nos EUA.
Pelo levantamento, realizado na segunda-feira, 53% dos americanos acreditam que o conflito será "longo e custoso", enquanto 43% apostam numa performance "rápida e com sucesso". No dia anterior, antes das notícias negativas terem sido digeridas, o resultado fora justamente o oposto.
As imagens de americanos mortos ou sob custódia do inimigo foram divulgadas pela TV iraquiana no domingo. Poucas foram reproduzidas nos EUA, já que as principais emissoras e jornais atenderam a um pedido do Departamento de Defesa para que elas não fossem mostradas.
Ainda assim, mostra a pesquisa feita pela rede CBS e pelo jornal "The New York Times", o impacto das notícias sobre os americanos foi grande.
Em outra pergunta, por exemplo, o levantamento quis saber dos entrevistados como eles acham que a guerra está se desenvolvendo para os EUA.
"Muito bem", disseram 32% das pessoas na segunda-feira. Um dia antes, essa fora a resposta de 44% dos entrevistados.
Os ânimos americanos estão bem menos otimistas do que se mostravam na Guerra do Golfo, em 1991. Logo após o início daquele conflito, 61% da população achava que a guerra se desenvolvia "muito bem" -alguns dias depois, o número também caiu, foi para 50%, mesmo assim muito superior ao patamar estabelecido agora.
Quando instigados a delimitar a duração da guerra, os entrevistados também mostraram pessimismo crescente. Agora, 62% prevêem que ela se desenvolverá durante "muitos meses". No domingo, 53% pensavam assim. Nos primeiros dias após o início dos ataques, na quarta-feira da semana passada, o grupo era menor ainda: 42%.
A pesquisa mostra ainda que há cada vez mais americanos achando que é preciso mais força ainda no ataque ao Iraque. Os que acham que o poder de fogo atual não é suficiente crescem seguidamente: pularam de 20% (sábado) para 33% (domingo) e, na segunda, chegaram a 36%.

Aprovação estável
A despeito do pessimismo após os reveses, o apoio à guerra e a aprovação ao presidente George W. Bush mostraram-se mais estabilizados entre a população.
Em relação ao primeiro item, os que dizem aprovar a guerra caíram de 80% para 75% do domingo para a segunda, dentro da margem de erro, que é cinco pontos percentuais para cima ou para baixo. A popularidade de Bush, por sua vez, variou apenas um ponto percentual para baixo, ficando em 70%.
Bush foi ontem ao Pentágono e disse que não se pode prever a duração da guerra. "Embora saibamos o resultado", completou.
Ele pediu ao Congresso que aprove rapidamente seu pedido de verbas para a guerra -a Casa Branca pediu US$ 75 bilhões para financiar o ataque. "A necessidade é urgente", afirmou. (RD)


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