|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Líder xiita rebelde ameaça encerrar trégua no Iraque
Moqtada al Sadr adverte governo após ofensiva que deixou 20 mortos em Basra
Clérigo cogita ordenar até destruição de poços de petróleo; cessar-fogo em vigor há seis meses levou a redução da violência no país
Thaier al-Sudani/Reuters
|
|
Seguidores do clérigo xiita Moqtada al Sadr protestam em Bagdá contra ofensiva que deixou pelo menos 20 mortos em Basra
DA REDAÇÃO
Depois que combates entre
soldados do Exército iraquiano
e milicianos xiitas deixaram pelo menos 20 mortos em Basra,
o líder xiita Moqtada al Sadr
ameaçou ontem ordenar que
seus seguidores lancem um
ataque generalizado contra alvos do governo em todo o país.
A medida encerraria um cessar-fogo, crucial para reduzir a
violência no Iraque, que vigora
desde agosto do ano passado.
Segundo comunicado lido
por um assessor, o clérigo está
disposto a convocar um movimento de "greve geral e desobediência civil" em todo o território iraquiano se o governo não
suspender a ofensiva lançada
anteontem contra bases do
Exército de Mehdi, milícia de
Sadr. O líder também cogita ordenar a "destruição de poços de
petróleo", fundamentais para a
economia iraquiana.
Membros da organização de
Sadr afirmaram que o cessar-fogo decretado em agosto ainda
está em vigor, mas deixaram
claro que estão dispostos "a recorrer a outros métodos" se a
ofensiva do governo continuar
-uma referência à possibilidade de pôr fim à trégua do Exército de Mehdi que, combinada
ao recrutamento de milicianos
sunitas anti-Al Qaeda pelos
EUA, permitiu uma redução de
60% da violência no segundo
semestre de 2007.
Toque de recolher
A violência em Basra, segunda maior cidade do Iraque e
principal porto para as exportações de petróleo, no sul do
país, começou na noite de segunda, após o governo enviar
soldados à área numa tentativa
de pôr fim à disputa entre facções xiitas pelo controle local.
Sadr acusa o governo central
de Bagdá de apoiar grupos xiitas rivais para enfraquecer o
Exército de Mehdi. Um porta-voz das forças iraquianas negou
que o alvo da ofensiva tenha sido algum grupo em particular.
Basra está sob toque de recolher, e as ruas da cidade estão
tomadas por homens armados
e veículos de combate. Imagens
de televisão mostraram soldados iraquianos correndo por
ruas vazias, enquanto helicópteros e caças sobrevoavam a
área. O primeiro-ministro, Nuri al Maliki, está na área para
coordenar pessoalmente a operação, que pode envolver até 15
mil soldados, segundo a BBC.
A violência se espalhou por
outras cidades que também estão sob toque de recolher, como
Kut e a capital, Bagdá -onde a
ultraprotegida Zona Verde,
centro do comando militar
americano e do governo iraquiano, foi atingida por mísseis
que mataram um funcionário
dos EUA. Pela primeira vez em
seis meses, milicianos do Exército de Mehdi foram vistos percorrendo as ruas de Bagdá.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Taiwan: EUA enviam peças de mísseis por engano Próximo Texto: China promove campanha contra imprensa ocidental Índice
|