São Paulo, quarta-feira, 26 de março de 2008

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SUCESSÃO NOS EUA / CRISE ECONÔMICA

McCain critica ajuda federal a devedores

Senador se opõe a pré-candidatos democratas, que defendem apoio do governo para quem não consegue pagar hipoteca

Para o republicano, "não é dever do Estado salvar ou recompensar" quem não teve responsabilidade e contraiu dívidas arriscadas

DA REDAÇÃO

Em claro contraste com seus rivais democratas, o republicano John McCain pediu cautela ao governo ao agir contra a crise imobiliária e não propôs pacotes de ajuda aos cidadãos que correm o risco de perder suas casas. "Não é dever do governo salvar ou recompensar aqueles que agem irresponsavelmente, seja grandes bancos ou os que fazem pequenos empréstimos", afirmou o candidato à Presidência dos EUA em discurso a pequenos empresários em Santa Ana (Califórnia).
Seus comentários chegam um dia após a pré-candidata democrata Hillary Clinton defender um repasse de US$ 30 bilhões a Estados para evitar a perda de casas -mesmo valor usado pelo Fed, o banco central americano, para salvar o banco de investimentos Bear Stearns, há 12 dias.
O rival da ex-primeira-dama pela indicação democrata, Barack Obama, já havia proposto uma intervenção similar, com US$ 10 bilhões em ajuda.
A economia é a maior preocupação dos americanos para as eleições. Grande parte dos afetados pela crise é de proprietários que têm hipotecas de alto risco (com crédito"subprime"), cujas parcelas iniciais são baixas e aumentam gradualmente. Vários se endividaram além de suas posses e agora não conseguem honrar pagamentos.
Para McCain, "assistência governamental ao setor bancário deve se basear apenas na prevenção de risco sistêmico que poria a perigo todo o sistema financeiro". Ele defendeu que, em vez do governo, empresas facilitem a recuperação dos que estão com dificuldades para pagar hipotecas.
McCain ainda criticou os americanos que "contraíram dívidas que não podiam pagar". Segundo o senador, há apenas 4 milhões, dentre 55 milhões de proprietários com hipotecas, que não conseguem honrar seus compromissos. "[Há] 51 milhões fazendo o que é preciso -trabalhando em dois empregos, cancelando férias e gerenciando o orçamento- para deixar os pagamentos em dia."
Ao final, ele moderou o tom, dizendo-se aberto e sugerindo que pacotes de ajuda devem ser breves e excluir especuladores .
A fala já atraiu críticas. "McCain prometeu a mesma falta de envolvimento que Bush usou para nos levar a essa crise", afirmou Howard Dean, líder do Partido Democrata. Obama, que está de férias nas Ilhas Virgens, disse que focará na economia assim que retornar à campanha.


Com agências internacionais


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