São Paulo, quinta-feira, 26 de março de 2009

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entrevista

Chanceler russo diz ter esperança quanto a Obama

CHARLES CLOVER
E STEFAN WAGSTYL
DO "FINANCIAL TIMES"

Serguei Lavrov, ministro do Exterior da Rússia, diz que a melhora no relacionamento com os EUA cria esperanças de progresso quanto ao controle de armas nucleares e outras questões, às vésperas do encontro dos presidentes Barack Obama e Dmitri Medvedev no dia 1º de abril, durante a cúpula do G20, em Londres.
Em entrevista, Lavrov sugeriu que os EUA estavam deixando para trás as políticas de confronto do governo Bush. "Quanto a quase todas as questões problemáticas que herdamos dos últimos oito anos, minha informação é a de que o governo Obama está empreendendo uma revisão, o que nos agrada."
Sentado em seu escritório no Ministério do Exterior russo, uma construção da era stalinista, Lavrov falava com a autoridade discreta de um diplomata profissional. "Há sempre lugar para a esperança e, quando ouvimos de Washington sinais de que eles desejam "reiniciar" nosso relacionamento, promover um envolvimento construtivo, recebemos com agrado."
Houve poucas mudanças substantivas de política no relacionamento entre Rússia e EUA, mas o tom positivo de parte a parte pode ajudar a criar mais terreno comum em um relacionamento desgastado até quase o ponto de ruptura pelo conflito entre Rússia e Geórgia, em agosto passado, no qual Washington se alinhou a Tbilisi.
Os dois países também discordam sobre os planos americanos para a instalação de um escudo antimísseis no Leste Europeu. Quanto ao apoio de Moscou ao Irã, que Lavrov definiu como "um vizinho e um parceiro histórico" da Rússia, ele reiterou sua oposição ao uso da força contra o programa nuclear iraniano. "Acredito que não exista solução violenta para esse problema", afirmou.
Lavrov também reiterou a hostilidade de Moscou à expansão da Otan (aliança militar ocidental) a países que um dia foram parte da URSS. "Com a mais recente expansão, as pessoas da Europa se sentem mais seguras?"


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