São Paulo, sábado, 26 de março de 2011

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Economia dos EUA cresce, com incertezas

PIB avançou 2,9% após contração no ano anterior, mas desemprego no país continua alto

ÁLVARO FAGUNDES
DE NOVA YORK

A economia dos EUA se acelerou pelo segundo trimestre seguido e as empresas tiveram lucro recorde, mas o cenário de recuperação permanece nebuloso, com o desemprego elevado.
Após a terceira revisão das estatísticas, o Departamento de Comércio do país divulgou que o PIB teve o primeiro resultado positivo em um ano fechado depois da crise, com crescimento de 2,9%.
Nos últimos três meses de 2010, a economia se expandiu 3,1% na chamada taxa anualizada, 0,5 ponto percentual mais que de julho a setembro.
"É bem ruim para uma economia que saiu da recessão. É uma taxa que não vai colocar pressão para a redução do desemprego tão logo", afirmou Josh Bivens, economista do Economic Policy Institute.
A taxa de desemprego nos EUA estava em 8,9% no mês passado, quase o dobro do nível do final de 2007 -quando a recessão americana teve início. Mais preocupante é que cerca de 7,5 milhões de empregos foram perdidos em um período de três anos.
Para Bivens, nem o fato de o lucro corporativo ter batido recorde no último trimestre de 2010 (US$ 1,68 trilhão) tem se mostrado suficiente para diminuir o problema da falta de postos de trabalho.
"Antes desse trimestre, as empresas já tiveram lucros bem expressivos e isso não se refletiu no emprego."
Segundo ele, enquanto a demanda não crescer, as companhias continuarão "sentadas em cima do dinheiro".
Gregory Daco, da consultoria IHS Global Insight, diz também que o cenário atual -com pressões sobre os preço do petróleo (por causa da crise na Líbia e no Oriente Médio) e incerteza sobre a cadeia de fornecimento global após o tsunami no Japão- é bastante nebuloso.
"Apesar de as empresas terem dinheiro em caixa, essas incertezas acabam fazendo com que elas não acelerem as contratações."
Ele diz ainda que a alta da cotação do petróleo pode reduzir ainda mais as expectativas para a alta do PIB deste trimestre. Isso porque o aumento pode trazer inflação, tirando poder de compra dos consumidores americanos -que são o principal motor da maior economia mundial.
Um outro fator que pode aumentar o desemprego é que a ajuda do governo federal para as administrações estaduais e municipais se encerra na metade deste ano e é improvável que um novo pacote seja aprovado.


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