DE CARACAS

A Petrobras é uma das empresas que participam da fase inicial do novo modelo de exploração da faixa do Orinoco proposto pelo governo do presidente Hugo Chávez.
A empresa brasileira tem um acordo de quantificação de certificação de reservas do Carabobo 1, um dos 27 blocos que formam a faixa do Orinoco. No final do ano passado, foi concluído esse processo, no qual o Ministério de Energia e Petróleo venezuelano certificou uma reserva de 9 bilhões de barris de petróleo.
Ainda não está oficializado se a Petrobras irá explorar esse bloco, mas existe um memorando de entendimento segundo a qual a empresa terá uma participação de 40%, contra 60% da PDVSA. Esse pré-acordo envolve a construção de uma refinaria em Pernambuco com a participação invertida: 60% para a Petrobras e 40% para a estatal venezuelana. Esse projeto está em fase de planejamento e não foi delimitado oficialmente pelas empresas.
Além da Petrobras, participam do processo de certificação da faixa do Orinoco empresas estatais de países politicamente próximos de Chávez, como a Lukoil (Rússia), a CNPC (China) e a Petropars (Irã), entre outras.
Durante a Primeira Cúpula Energética da América do Sul, realizada na Venezuela na semana passada, Chávez disse que as empresas estatais da região terão prioridade para explorar o Orinoco, que tem uma vida útil estimada em 120 anos.
Para o analista venezuelano Rafael Quiróz, a empresa brasileira tem boas perspectivas no país. "A Petrobras é uma empresa muito agressiva, no bom sentido da palavra, no que diz respeito às incursões no negócio mundial petroleiro, e engloba todas as fases. Hoje, acho que é, senão a mais sólida, uma das mais sólidas da América Latina", afirmou.
Ao longo de 2005, a Petrobras participou das negociações para a formação de empresas mistas sob o controle acionário da estatal PDVSA. Atualmente, são sócias em quatro empreendimentos de produção de petróleo: Petrowayú, Petrolera Mata, Petroven-Bras e Petroritupano. (FM)


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