Os ex-presidentes Clinton e George Bush e o ex-premiê britânico John Major participaram da cerimônia

DA REDAÇÃO

Boris Ieltsin, ex-presidente russo que morreu segunda-feira, foi sepultado ontem no cemitério moscovita de Novodevichy, em cerimônia da qual participaram o presidente Vladimir Putin, os ex-presidentes americanos George Bush e Bill Clinton e o ex-primeiro-ministro britânico John Major.
Novodevichy é o segundo local mais prestigioso para sepultamentos na capital, depois da muralha do Kremlin, reservada aos grandes do comunismo, com os quais Ieltsin, que instituiu a democracia em seu país, não gostaria de ser associado.
O patriarca ortodoxo russo, Alexy 2º, em mensagem lida durante o serviço fúnebre na catedral do Cristo Salvador, disse que o ex-mandatário, "como um homem forte, tomou para si a responsabilidade e os riscos, durante um período difícil de mudanças radicais".
Em recepção aos convidados do governo, após o enterro, Putin disse no Kremlin que Ieltsin "sinceramente tentou fazer de tudo para tornar melhor a vida de milhões de russos". O atual presidente prometeu manter a Rússia na mesma direção.
O cerimonial do Kremlin deu ao ex-presidente funerais de Estado. Seu féretro, coberto pela bandeira russa, foi escoltado por batedores nos sete quilômetros entre a catedral e o cemitério. Uma guarda de honra acompanhou o sepultamento.

Cemitério VIP
Há tantos nomes importantes em Novodevichy -construído ao lado de um convento do século 16- que o local é um dos pontos turísticos de Moscou. Lá se encontram os escritores Ilya Ehrenburg e Nicolai Gogol, o poeta Vladimir Maiakovski, os compositores Sergei Prokofiev, Alfred Schnittke, Alexander Scriabin, Dmitri Kabalevski e Dmitri Chostakovich, o violinista David Oistrack e o pianista Sviatoslav Richter, o cantor lírico Fyodor Chaliapin, os cineastas Sergei Eisenstein e Dziga Vertov, o diretor de teatro Konstantin Stanislavski, os engenheiros aeronáuticos Andrei Tupolev e Sergei Ilyushin, além de Nikita Kruchev, dirigente comunista e sucessor de Josef Stalin.