São Paulo, domingo, 26 de maio de 2002

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ÁSIA

Meta é reduzir tensão na Caxemira

Putin quer encontro entre Índia e Paquistão

DA REDAÇÃO

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, propôs ontem um encontro entre os líderes da Índia e do Paquistão paralelamente a uma conferência de países da Ásia Central entre 3 e 5 de junho no Cazaquistão.
Putin sugeriu o encontro, cujo objetivo seria reduzir as tensões entre os dois países vizinhos em torno da Caxemira, enquanto acompanhava o presidente dos EUA, George W. Bush, em visita a São Petersburgo, sua cidade natal.
"Espero que eles venham, assim poderemos discutir como evitar que o conflito se aprofunde."
A Índia e o Paquistão já deveriam participar da conferência no Cazaquistão, que também reunirá China, Rússia, Afeganistão e ex-repúblicas soviéticas da Ásia Central. Mas não estava prevista uma conversa entre o premiê indiano, Atal Behari Vajpayee, e o presidente paquistanês, Pervez Musharraf, sobre a Caxemira.
O presidente Bush, que foi à Rússia para assinar um tratado histórico de redução dos arsenais nucleares americano e russo, pediu à Índia e ao Paquistão que dêem os passos necessários para evitar "uma guerra mais ampla".
"Estamos deixando muito claro a ambos os países que não há nenhum benefício numa guerra ou num incidente que leve a uma guerra mais ampla", disse Bush.
Segundo o ministro da Informação paquistanês, o presidente Musharraf responderá "positivamente" à proposta de Putin. Não houve reação de Vajpayee.
A Índia e o Paquistão já entraram em guerra três vezes, duas delas por causa da Caxemira, região dividida pelos dois países e também pela China. O Paquistão reivindica o controle de todo o território da Caxemira, região de maioria muçulmana.
Nos últimos meses, a tensão tem crescido devido a atentados, mobilização de soldados na fronteira e troca de tiros de artilharia.
Ontem, o Paquistão testou um míssil capaz de transportar ogivas nucleares ou convencionais a uma distância de 1.500 km, suficiente para atingir Nova Déli (capital indiana) ou Bombaim.
O teste foi qualificado pelo Paquistão de rotineiro, sem relação com as recentes tensões. Para a Índia, os testes visam satisfazer a opinião pública paquistanesa. O secretário de Defesa dos EUA, Colin Powell, declarou-se "decepcionado" com o teste, que qualificou de "contraproducente".


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