|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Taleban anuncia cessar-fogo na maior cidade do vale do Swat
Exército paquistanês descarta interromper investida e diz que medida é blefe para insurgentes escaparem
DA REDAÇÃO
O Taleban anunciou ontem o
fim das hostilidades em Mingora, principal cidade do conflagrado vale do Swat, acossado
pelo Exército paquistanês.
Segundo os militares, o alegado recuo do grupo é uma tática para atrair os moradores de
volta à cidade, esvaziada, e permitir que militantes se misturem aos civis para escapar.
"Gostaria de chamar a população de Mingora de volta às
suas casas", disse um porta-voz
do mulá Fazullah, líder regional do Taleban. Ele ponderou
que o fim dos combates visa
poupar civis, mas não impede a
permanência de "auxiliares" do
grupo na cidade.
O apelo foi rechaçado pelo
Exército, que já controla a
maior parte de Mingora e vasculha edifícios em busca de
combatentes escondidos.
Será necessário pelo menos
uma semana para "limpar a cidade da presença dos insurgentes", diz o general Athar Abbas.
Mingora está repleta de minas
terrestres, segundo o militar.
Mais de 90% dos 300 mil habitantes da cidade deixaram
Mingora antes do ataque do
Exército, iniciado no último sábado. Sujeitos ao toque de recolher em vigor em toda a região,
os que permaneceram sofrem
com a falta de água e comida.
Deflagrada no início do mês
em resposta ao avanço do Taleban em áreas vizinhas à capital
paquistanesa, a operação militar forçou a fuga de 2,3 milhões
de civis nas últimas três semanas, segundo dados da ONU.
Outros 550 mil já tinham deixado a Província da Fronteira
Noroeste, vizinha ao Afeganistão, desde agosto.
Cerca de 1.100 insurgentes e
66 soldados foram mortos no
Swat e nos distritos vizinhos de
Bunner e Dir, estima o Exército
paquistanês. Não há dados oficiais sobre mortes de civis, mas
a crise dos refugiados pode arrefecer o apoio popular à ofensiva, endossada pelos principais partidos paquistaneses.
O premiê Yosuf Raza Gilani
fez ontem um apelo à delegação
de congressistas americanos
em visita a Islamabad. Os EUA
já anunciaram US$ 110 milhões
em assistência humanitária,
mas o Paquistão quer arrecadar
pelo menos US$ 1 bilhão para
os refugiados do conflito.
A ofensiva, apoiada pela Casa
Branca, pôs fim a um fracassado pacto de paz selado em fevereiro pelo governo paquistanês
e líderes tribais locais.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Presidente do Irã propõe a Obama debate na ONU Próximo Texto: Teerã é abastecida por Venezuela e Bolívia, diz Israel Índice
|