São Paulo, terça-feira, 26 de maio de 2009

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Taleban anuncia cessar-fogo na maior cidade do vale do Swat

Exército paquistanês descarta interromper investida e diz que medida é blefe para insurgentes escaparem

DA REDAÇÃO

O Taleban anunciou ontem o fim das hostilidades em Mingora, principal cidade do conflagrado vale do Swat, acossado pelo Exército paquistanês.
Segundo os militares, o alegado recuo do grupo é uma tática para atrair os moradores de volta à cidade, esvaziada, e permitir que militantes se misturem aos civis para escapar.
"Gostaria de chamar a população de Mingora de volta às suas casas", disse um porta-voz do mulá Fazullah, líder regional do Taleban. Ele ponderou que o fim dos combates visa poupar civis, mas não impede a permanência de "auxiliares" do grupo na cidade.
O apelo foi rechaçado pelo Exército, que já controla a maior parte de Mingora e vasculha edifícios em busca de combatentes escondidos.
Será necessário pelo menos uma semana para "limpar a cidade da presença dos insurgentes", diz o general Athar Abbas. Mingora está repleta de minas terrestres, segundo o militar.
Mais de 90% dos 300 mil habitantes da cidade deixaram Mingora antes do ataque do Exército, iniciado no último sábado. Sujeitos ao toque de recolher em vigor em toda a região, os que permaneceram sofrem com a falta de água e comida.
Deflagrada no início do mês em resposta ao avanço do Taleban em áreas vizinhas à capital paquistanesa, a operação militar forçou a fuga de 2,3 milhões de civis nas últimas três semanas, segundo dados da ONU.
Outros 550 mil já tinham deixado a Província da Fronteira Noroeste, vizinha ao Afeganistão, desde agosto.
Cerca de 1.100 insurgentes e 66 soldados foram mortos no Swat e nos distritos vizinhos de Bunner e Dir, estima o Exército paquistanês. Não há dados oficiais sobre mortes de civis, mas a crise dos refugiados pode arrefecer o apoio popular à ofensiva, endossada pelos principais partidos paquistaneses.
O premiê Yosuf Raza Gilani fez ontem um apelo à delegação de congressistas americanos em visita a Islamabad. Os EUA já anunciaram US$ 110 milhões em assistência humanitária, mas o Paquistão quer arrecadar pelo menos US$ 1 bilhão para os refugiados do conflito.
A ofensiva, apoiada pela Casa Branca, pôs fim a um fracassado pacto de paz selado em fevereiro pelo governo paquistanês e líderes tribais locais.

Com agências internacionais



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