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Coreia do Norte congela laços com Seul e faz ameaças
Medida é represália a condenação por suposto ataque a navio em março, que Pyongyang nega ter promovido
Reação inclui bloqueio das comunicações e de trânsito; anteontem, a Coreia do Sul anunciara suspensão de comércio
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
A escalada recente de tensões entre as Coreias do Norte e do Sul alcançou novo nível ontem com o anúncio por
Pyongyang da suspensão de
relações com Seul em represália à acusação de que afundou navio da rival em março.
Segundo a agência oficial
do regime comunista KCNA,
a decisão inclui a suspensão
de comunicações e expulsão
de funcionários sul-coreanos
trabalhando no complexo industrial bilateral de Kaesong.
Prevê ainda a proibição a
tráfego pelo seu território.
Na véspera, o governo sul-coreano já anunciara uma série de medidas contra a rival,
entre elas a interrupção de
quase todo o comércio bilateral e a retomada da transmissão a norte-coreanos de propaganda contra o regime.
Apesar da deterioração,
analistas consideram remota
a possibilidade de um conflito armado, embora não descartem a intensificação de
rusgas e disputas pontuais.
O estopim para a mais recente crise entre as Coreias
-que preservam um cessar-fogo, mas ainda estão oficialmente em guerra- foi o naufrágio de um barco da Marinha de Seul há dois meses.
No episódio, ocorrido na
instável -e contestada por
Pyongyang- fronteira marítima ocidental da península,
46 sul-coreanos morreram.
REAÇÃO INTERNACIONAL
Após semanas de investigação com suporte internacional, a Coreia do Sul atribuiu formalmente à vizinha
na quinta a responsabilidade
pelo incidente, dizendo que
o naufrágio foi causado por
torpedo submarino.
O regime do ditador Kim
Jong-il rejeita responsabilidade no episódio, o mais sério atrito em mais de 20 anos,
e vinha advertindo que qualquer punição seria respondida com "guerra total".
A "primeira fase" das medidas anunciadas, como as
qualificou a KCNA, vai vigorar até 2013, quando termina
o mandato do presidente sul-coreano, Lee Myung-bak.
A Coreia do Sul tem programados dois exercícios militares com os EUA no local
do naufrágio e planeja levar
o caso ao Conselho de Segurança da ONU, que já aplicou
sanções contra Pyongyang
devido a seu programa nuclear -a última há um ano.
Apesar do apoio de EUA e
Japão, a manobra deve ser
barrada pela China, que possui poder de veto no órgão.
Pequim é aliada do vizinho e teme que o cerco internacional o desestabilize.
Nos últimos dias, a secretária de Estado dos EUA tentou convencer a China a condenar o aliado pelo episódio,
mas não houve sinalização
nesse sentido. Hoje, Hillary
Clinton deve chegar a Seul.
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